Nos últimos dias, a tendência registada nos últimos dois anos de diminuição da ida das pessoas aos hospitais, devido à pandemia de coronavírus, está a ser finalmente revertida. Os serviços de urgência voltaram a estar sobrelotados, com números que chegam a ultrapassar registos históricos.
Exemplo disso é esta segunda-feira, que teve 21 mil episódios de urgência em todo o país, tal como escreve o jornal “Público”. Na passada semana, houve mesmo hospitais, como o Amadora-Sintra e o São João, no Porto, a ultrapassar os 900 atendimentos por dia. As queixas mais comuns são infeções respiratórias e gripe, mas a maior parte das urgências (44%) continua a corresponder aos doentes de ‘pulseira verde’ — não urgentes.
De acordo com a Administração Central dos Sistemas de Saúde, a plataforma que, entre outras tarefas, monitoriza a atividade destes serviços, os hospitais que neste momento vivem maior pressão são o Amadora-Sintra, com um máximo de 975 atendimentos/dia, assim como o São João e o Santa Maria, em Lisboa, com cerca de 800. Em Braga, chegou-se a uma média diária de 650 utentes.
Perante este quadro, a ministra da Saúde já confirmou o reforço dos serviços nos centros de saúde com vista a aliviar as urgências hospitalares. “Estamos com alguma procura decorrente de casos de gripe que está, em termos temporais, um bocadinho mais tardia em relação a anos pré-pandémicos. Estamos atentos à situação e em contacto com os nossos hospitais e atentos à necessidade de reforçar os centros de saúde”, disse Marta Temido este sábado.
Porém, para a responsável, “ainda estamos abaixo dos números de há dois anos”, pelo menos no que diz respeito aos meses de janeiro e fevereiro. Quanto a uma presença nas urgências de casos classificados como verdes, azuis e brancos — isto é, não urgentes — “muito superiores” ao desejado, a resposta “passa pela disponibilização de alternativas à população para resolver as suas situações de saúde em atendimento programado, é um processo que se tem feito”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL