A ministra da Saúde, Marta Temido, assegura que o Governo e as autoridades de saúde nacionais estão a acompanhar “com muita preocupação” a nova variante do coronavírus que surgiu na África do Sul.
“Estamos muito atentos à informação que está a ser partilhada pelos especialistas sul-africanos. Acompanhamos com muita preocupação”, disse a ministra em declarações aos jornalistas, após uma visita ao Hospital de Coimbra esta sexta-feira. “Em setembro, o Infarmed já tinha dito que o cenário mais complexo seria o do surgimento de variantes que fujam a vacina. Por isso vamos acompanhar com atenção.”
A variante B.1.1.529 tem um número extremamente elevado de mutações e, nesta fase, os cientistas não têm a certeza da eficácia das vacinas anti-covid-19 contra esta nova linhagem do vírus.
Questionada sobre a vacinação de crianças, Marta Temido sublinhou que ainda não havia conclusões da comissão técnica. Já sobre as medidas de contenção do vírus, anunciadas esta quinta-feira pelo primeiro-ministro, a responsável pela pasta da Saúde considerou serem “proporcionais à fase em que estamos”.
“Estamos com uma taxa de vacinação que nos dá uma tranquilidade relativa àquilo que é a doença grave e a mortalidade”, começou por explicar a ministra, reforçando que Portugal está numa situação de transmissibilidade ainda um pouco melhor do que a maior parte dos países europeus. “Procuramos tomar medidas que afetem o menos possível a vida e a normalidade de todos. E tomamos algumas medidas adicionais relativas a viagens e disponibilidade de meios.”
Covid-19: cientistas recomendam estar alerta em relação a nova variante, a B.1.1.529
A ministra vincou ainda que estas são medidas preventivas que antecedem uma época em que “está tudo contra nós”, nomeadamente o tempo frio, a propensão para as pessoas se juntarem em locais interiores e onde nem sempre há renovação do ar, assim como o convívio associado às festas em dezembro. “São pelo menos três elementos de enorme preocupação. As medidas são para agora e individuais, mas também estamos preocupados em criar um espaço temporal para a contenção da transmissão do vírus”, disse ainda em referência ao período entre 2 e 9 de janeiro de 2022.
“Até lá esperamos controlar a transmissão, que é elevada. A cada 15 dias estamos a duplicar o número de novos casos.”
Marta Temido apelou também ao reforço da testagem, pedindo aos portugueses que façam autotestes, por exemplo, quando se vão encontrar com familiares mais vulneráveis. “É um instrumento que permite a cada momento verificar se há ou não infeção. Se eu estou vacinado, porque tenho de me testar? Porque embora mais protegido de doença grave ou morte, posso estar infetado”, explicou.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL