A vitória do Chega no distrito de Faro, com 27,19% dos votos, foi a surpresa da noite eleitoral no Algarve e pôs termo à maioria que o PS detinha desde 2015, acabando a AD na terceira posição.
Com 27,19% (67.228 votos), o partido liderado por André Ventura conquistou três deputados, e os socialistas, que obtiveram 25,46 % (60.123 votos), perderam dois dos cinco eleitos que tinham conseguido em 2022, enquanto a AD fechou o total de nove representantes do distrito com outros três eleitos, ao conseguir 22,39% (52.885 votos).
Sem qualquer representação ficaram Bloco de Esquerda, em quarto, com 5,75% (13.579 votos), Iniciativa Liberal, quinta força, com 4,56 % (10.761 votos), e CDU, sexta força, com 3,18% (7.518 votos), que foi ultrapassada pela formação Rui Rocha.
Na sétima, oitava e nona posições ficaram o Livre (2,75%, 6.501 votos), o PAN (2,58 %, 6.098 votos) e o ADN (2,09 %, 4.926 votos), respetivamente.
Mas a surpresa da jornada foi dada pela Chega, que voltou a apostar em Pedro Pinto como cabeça de lista por Faro e passou da terceira para a primeira posição, aumentando a representação no parlamento de um para três deputados.
Em sentido oposto, o grande derrotado da noite no Algarve foi o PS, que repetiu Jamila Madeira como primeira candidata e não foi além da segunda posição, depois de em 2022 ter conquistado uma maioria absoluta, com 39,87% e cinco dos nove deputados.
A escolha de Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, para encabeçar a lista da AD no Algarve parece não ter obtido o melhor acolhimento por parte do eleitorado do distrito de Faro, que deu à coligação PSD/CDS-PP/PPM um resultado mais baixo do que o alcançado pelo PSD, sozinho, em 2022 (24,35%), embora com os mesmos três deputados.
O Bloco de Esquerda manteve o quarto posto de 2022, mas voltou a não conseguiu eleger José Gusmão, depois de, nas últimas eleições legislativas, há dois anos, ter perdido o deputado que tinha por Faro desde 2009.
Também sem representação pelo Algarve vão continuar a IL e a CDU, mas os liberais têm a satisfação de terem trocado de posição com a coligação formada por PCP e PEV, que desceu dos 4,81% em 2022 para 3,18 de hoje.
Com um universo de 382.586 inscritos, expressaram o seu sentido de voto no distrito de Faro 61,74% dos eleitores, tendo sido registados 1,44% de votos brancos e 1,18% de votos nulos.
A abstenção baixou dos 48,74% registados há dois anos para os 38,26%.
O distrito de Faro integra 16 concelhos – Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António.
O turismo é o setor económico mais importante da região, onde se integram a hotelaria, a restauração, o comércio e os serviços recreativos, seguido da agricultura e da pesca.
A agricultura é uma atividade tradicional na região, com destaque para o cultivo de frutos, hortícolas e citrinos, sendo a pesca também uma atividade importante.
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