O líder da distrital de Faro do PSD, Cristóvão Norte, afirmou hoje que será candidato a vice-presidente da Mesa do Congresso na lista de Pedro Rodrigues, alternativa à da direção.
“Precisamos de órgãos plurais, isentos, imparciais e que sejam fiéis depositários da pluralidade do partido”, afirmou, em declarações à Lusa e ao Público, o ainda deputado que ficou fora das listas de candidatos para o próximo parlamento.
O deputado e antigo líder da JSD Pedro Rodrigues anunciou na sexta-feira a sua candidatura a presidente da Mesa do Congresso, numa lista alternativa à da direção, encabeçada por Paulo Mota Pinto.
Na última disputa interna, quer Pedro Rodrigues quer Cristóvão Norte apoiaram Paulo Rangel, mas ambos já estiveram no passado ao lado do atual presidente do PSD, Rui Rio.
Ainda não é conhecida a restante composição da lista, que poderá capitalizar o descontentamento da oposição interna com a forma como Mota Pinto presidiu às reuniões do Conselho Nacional, que gerou várias controvérsias ao longo dos últimos quatro anos.
Habitualmente, existe apenas uma lista à mesa do Congresso, afeta à direção. Neste caso, as duas listas terão de ser votadas em alternativa, numa votação secreta no domingo de manhã, com os restantes órgãos nacionais.
O 39.º Congresso do PSD decorre até domingo no Europarque, em Santa Maria da Feira (Aveiro).
PS tem obrigação de viabilizar governo minoritário do PSD
O líder da distrital do PSD/Faro, Cristóvão Norte, defendeu hoje que o PS tem a obrigação de viabilizar um governo minoritário social-democrata, o que nunca fez na história, e que o PSD tem que ter “uma alternativa clara”.
Na intervenção mais entusiástica na manhã do segundo dia do 39.º Congresso Nacional do PSD, o ainda deputado – que apoiou Paulo Rangel nas diretas e está fora da lista às próximas legislativas – apelou a que o PSD convença “os portugueses da importância de uma maioria político-social” para que não esteja dependente do PS.
“O que é que nos vamos fazer para transformar este país? Nós temos que ter a nossa alternativa clara. O PS nunca viabilizou na história um governo do PSD e teve várias ocasiões de o fazer”, referiu.
O social-democrata recordou que o “PSD viabilizou governos do PS porque era irreconciliável o PS com o PCP e depois com o BE”.
“Hoje temos o Chega e o Chega é irreconciliável com o PSD, portanto se o Chega é irreconciliável com o PSD, o PS tem a obrigação de fazer ao PSD aquilo que o PSD fez ao PS no passado”, defendeu.
Em suma, para Cristóvão Norte, é “obrigação do PS viabilizar um governo do PSD caso esse governo do PSD seja minoritário”.
“Convençamos os portugueses da importância dessa maioria político-social para que não estejamos dependentes do PS porque dependentes do PS seremos sempre seus reféns, não iremos avante. Viu-se, em 2019, o doutor Rui Rio quis estabelecer reformas estruturais com o PS e que resposta obteve”, questionou.
Para o ainda deputado, o PSD tem que “conseguir mudar o país”, sendo esse o papel do partido: “ambicionar o futuro, não ter medo de fazer escolhas”.
“E por isso muitas vezes – e já dizia o nosso hino – temos de dizer não, para depois dizer sim. Para mudar Portugal não basta ganhar eleições, é necessário ganhar o seu espírito e o seu coração”, sustentou.
De outra forma, segundo Cristóvão Norte, o PSD será “apenas um Governo de turno, conjuntural e sem a maioria político-social para fazer as reformas que resgatem o país da cauda da Europa”.
“Portugal nas meias-tintas, sem as reformas, vendido ao PS, estagnou, desmoralizando os portugueses”, lamentou.
Antes, quem subiu ao púlpito do Europarque foi o médico de Saúde Pública e epidemiologista Ricardo Mexia – diretor de campanha de Carlos Moedas na corrida à liderança da Câmara de Lisboa – o qual considerou que Portugal, na saúde, vive “uma realidade paralela” daquela que é comunicada, onde há “cada vez mais cidadãos sem médicos de família e erosão dos recursos humanos”.
Ricardo Mexia deixou ainda uma palavra aos profissionais de saúde, considerando que “têm sido muito resilientes”, numa alusão às polémicas declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, apesar de nunca referir o nome da governante.
“Se não fosse essa resiliência, estaríamos numa situação muito pior”, afirmou.
Albuquerque, Bolieiro e Isabel Meirelles candidatos a ‘vices’ na lista de Rio à Mesa do Congresso
Os presidentes dos Governos Regionais da Madeira e dos Açores, Miguel Albuquerque e José Manuel Bolieiro, e Isabel Meirelles serão candidatos a vice-presidentes da Mesa do Congresso na lista da direção.
De acordo com fonte oficial da direção social-democrata, “a ideia é ter uma lista forte, institucional e de qualidade, que contribua para a unidade do partido”.
Isabel Meirelles é atualmente vice-presidente do PSD, cargo que deixará com esta indicação para a Mesa do Congresso.
Rui Rio já tinha anunciado que Paulo Mota Pinto voltaria a ser o seu candidato a presidente da Mesa do Congresso, cargo que ocupa desde 2018.
Na sexta-feira, o deputado e antigo líder da JSD Pedro Rodrigues anunciou a sua candidatura a presidente da Mesa do Congresso, numa lista alternativa à da direção.
Hoje, o líder da distrital de Faro do PSD, Cristóvão Norte, adiantou que será candidato a vice-presidente da Mesa do Congresso na lista de Pedro Rodrigues.
Na última disputa interna, quer Pedro Rodrigues quer Cristóvão Norte apoiaram Paulo Rangel, mas ambos já estiveram no passado ao lado do atual presidente do PSD, Rui Rio.
Ainda não é conhecida a restante composição da lista alternativa à da direção, que poderá capitalizar o descontentamento da oposição interna com a forma como Mota Pinto presidiu às reuniões do Conselho Nacional, que gerou várias controvérsias ao longo dos últimos quatro anos.
Habitualmente, existe apenas uma lista à mesa do Congresso, afeta à direção. Neste caso, as duas listas terão de ser votadas em alternativa, numa votação secreta no domingo de manhã, com os restantes órgãos nacionais.
O 39.º Congresso do PSD decorre até domingo no Europarque, em Santa Maria da Feira (Aveiro).