A ministra da Defesa da República Checa, Jana Černochová, avançou hoje que Portugal vai, durante a presidência checa do Conselho da União Europeia (UE), este semestre, ajudar Praga a rever a estratégia europeia para a segurança marítima.
“É importante melhorarmos a nossa defesa para ataques híbridos e relativamente à área marítima e os nossos parceiros portugueses vão ajudar-nos nesta matéria”, disse Jana Černochová, falando num encontro com jornalistas europeus, incluindo a Lusa, durante uma visita da imprensa à capital checa, Praga.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Defesa da República explicou que, com base num acordo com a ministra da tutela, Helena Carreiras, e dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, “a República Checa entregou a Portugal a presidência do grupo de trabalho sobre questões marítimas/subgrupo sobre a Estratégia de Segurança Marítima da UE, no âmbito da presidência do Conselho” da União.
Destacando a “valiosa visão portuguesa sobre a agenda da segurança marítima da UE”, a mesma fonte acrescenta que, “como parte da presidência checa do Conselho da UE, Portugal assumiu a presidência do grupo de trabalho para a segunda metade de 2022”, tendo como “principal objetivo comum a atualização da Estratégia de Segurança Marítima da UE e do seu plano de ação, de acordo com a bússola estratégica”.
De acordo com a fonte oficial da Defesa checa, “as atividades na agenda marítima centram-se também no reforço da resistência a ameaças cibernéticas e híbridas, na melhoria da vigilância marítima das áreas de interesse e na cooperação sobre a presença marítima coordenada no Golfo da Guiné e no Noroeste do Oceano Índico”.
O Plano de Ação da Estratégia de Segurança Marítima da UE foi adotado inicialmente em dezembro de 2014 para combater os riscos e ameaças marítimas mundiais, incluindo a criminalidade transfronteiras e organizada, as ameaças à liberdade de navegação e à biodiversidade, a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada ou a degradação ambiental causada por descargas ilegais ou acidentais.
É este documento que os checos querem rever.
A República Checa assume este semestre a presidência rotativa do Conselho da UE, tendo estipulado como uma das suas prioridades o reforço das capacidades de defesa da Europa e a segurança do ciberespaço, numa altura de guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e em que a União envia apoio militar e financeira para Kiev.
No programa checo, lê-se que, “dada a crescente instabilidade global, a presidência checa concentrar-se-á no reforço das capacidades de segurança e defesa, em particular em parceria com a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”.
“O desenvolvimento da cooperação a longo prazo sobre sistemas militares estratégicos é essencial”, indica.
Nesta conversa com jornalistas europeus em Praga, incluindo a Lusa, a ministra da Defesa da República Checa, Jana Černochová, adiantou pretender, nestes seis meses de presidência, que a UE assine uma declaração política com a NATO.
“Queremos dar um novo impulso à cooperação com a NATO”, concluiu Jana Černochová.