O PCP considerou este sábado que as conclusões da cimeira da Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO) já não escondem o seu objetivo de entidade “global”, nomeadamente de projetar a sua ação “desestabilizadora e belicista” na Ásia-Pacífico.
“A NATO já não esconde o seu real objetivo de se afirmar como ‘organização global’ de caráter ofensivo”, afirmou o PCP, em comunicado enviado à agência Lusa, a propósito da cimeira de líderes da NATO que decorreu em Madrid.
Para os comunistas, é de “particular gravidade” o objetivo assumido naquela cimeira de projetar a ação “desestabilizadora e belicista” da NATO na Ásia-Pacífico, “um grave e perigoso intento patente na participação do Japão, da Austrália, da Nova Zelândia e da Coreia do Sul” naquela iniciativa.
Segundo o PCP, esta presença e intenção visa “os países e povos” daquela região, “em particular, a China”.
No comunicado, é criticado “o aumento significativo das despesas militares” e a militarização da União Europeia, com o PCP a notar que os 30 países que integram a NATO “são já responsáveis por mais de metade das despesas militares no mundo”.
“O PCP salienta a hipocrisia e o cinismo daqueles que, alegando não existirem recursos para aumentar salários ou para reforçar os serviços públicos, decidem destinar milhares de milhões para financiar a escalada de confrontação, guerra e sanções promovida pela NATO, que servirá de pretexto para novos ataques contra as condições de vida dos trabalhadores e dos povos”, sublinha.
Reiterando a crítica à expansão da NATO, nomeadamente o alargamento à Finlândia e à Suécia, os comunistas consideram que a cimeira visou “impulsionar ainda mais a confrontação com a Rússia, estratégia em que se insere a instigação da escalada da guerra na Ucrânia”.
“As conclusões da cimeira da NATO estão alinhadas com a estratégia de confrontação e guerra determinada pelos EUA – e a que as grandes potências da UE se subordinam –, através da qual procuram impor o seu domínio hegemónico global”, pode ler-se no comunicado.
De acordo com o PCP, essa escalada de confrontação é inseparável da tentativa dos Estados Unidos e das grandes potências da União Europeia de responder “à grave crise com que se confrontam e contrariar o seu declínio relativo, procurando conter e reverter o processo de rearrumação de forças que tem lugar no plano mundial”.
“A estratégia de confrontação e guerra dos EUA, e seus aliados, não visa apenas a Rússia e a China, mas todos os países e povos que não se submetem aos ditames das potências imperialistas”, frisou, considerando que a “política de ingerência, ameaça, chantagem e agressão” visa impedir “opções soberanas de desenvolvimento e de relacionamento internacional”.