O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai discursar esta quarta-feira em Lisboa na cerimónia comemorativa dos 112 anos da Implantação da República, em tempo de guerra na Ucrânia com efeitos económicos globais.
No plano interno, o chefe de Estado tem alertado para as dificuldades que os portugueses poderão enfrentar no próximo ano e apelado à divulgação pelo Governo do cenário macroeconómico que irá acompanhar a proposta de Orçamento do Estado para 2023, a apresentar dentro de cinco dias.
Este 5 de Outubro será o primeiro com Carlos Moedas nas funções de presidente da Câmara Municipal de Lisboa – há um ano era presidente eleito, mas ainda não tinha tomado posse, e quem discursou foi o cessante Fernando Medina – e num quadro de maioria absoluta do PS, resultante das eleições legislativas de 30 de janeiro deste ano.
Depois de dois anos em que esta sessão solene se realizou no salão nobre dos Paços do Concelho, a República voltará a ser celebrada ao ar livre, no exterior do edifício, na Praça do Município, junto da população que quiser assistir à cerimónia, que tem início marcado para as 12:10 com o hastear da bandeira.
O chefe de Estado tem aproveitado esta data histórica para se dirigir aos políticos, com alertas sobre a saúde da democracia.
Em 2021, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que se deve fazer do 05 de Outubro “uma data viva” e pediu um país “mais inclusivo”,que entre a tempo no “novo ciclo da criação de riqueza”.
Referindo-se aos fundos europeus, o Presidente da República apelou a que “Portugal, por uma vez, entre a tempo – isto é, nos primeiros, e não no meio e menos ainda nos últimos – num novo ciclo económico do clima, energia, digital, ciência, tecnologia e renovado tecido produtivo”.
“E dispondo de meios de financiamento adicionais, a serem usados com rigor, eficácia e transparência”, acrescentou.
O chefe de Estado considerou que “desta vez falhar a entrada a tempo é perder, sem apelo nem agravo, uma oportunidade que pode não voltar mais”.
Em 2020, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma mensagem semelhante, sobre a recuperação da crise provocada pela pandemia de covid-19: “A recuperação económica durará anos, e mais anos mesmo se for uma oportunidade desperdiçada para mudar instituições e comportamentos e antecipar de modo irreversível o nosso futuro”.