O grupo parlamentar do PSD reuniu-se esta quinta-feira pela primeira vez sob a liderança de Joaquim Miranda Sarmento e elegeu dois novos vice-presidentes da bancada, Alexandre Poço e Luís Gomes, com 75% de votos favoráveis. De acordo com fonte oficial do grupo parlamentar, votaram 69 dos 77 deputados do PSD (os ex-presidentes do partido e da bancada, Rui Rio e Paulo Mota Pinto, foram dois dos ausentes), dos quais 58 votaram a favor, nove em branco e dois nulos.
Desta forma, o líder da JSD Alexandre Poço e o antigo presidente da Câmara de Vila Real de Santo António Luís Gomes foram eleitos com 75% dos votos da bancada, bastante acima dos quase 60% obtidos pelo líder parlamentar e a restante direção na semana passada.
Na reunião de hoje, foi primeiro necessário alterar o regulamento interno da bancada – que, desde 2020, só permitia um máximo de dez vice-presidentes -, o que foi feito de braço no ar e por unanimidade, segundo deputados presentes. Em seguida, fez-se o voto em urna dos dois novos ‘vices’.
No final da reunião, durante a qual se discutiram os projetos de alteração ao Regimento da Assembleia da República cuja discussão final ficou para setembro, o novo líder parlamentar não prestou declarações à comunicação social.
Na semana passada, quando apresentou a sua lista à direção do grupo parlamentar, Miranda Sarmento já tinha informado a bancada de que pretendia proceder à alteração do regulamento imediatamente depois de a sua direção ser eleita e informou quem eram os futuros ‘vices’ que pretendia ver eleitos.
Alexandre Poço e Luís Gomes, dois apoiantes do novo presidente do PSD Luís Montenegro, juntam-se assim aos dez vice-presidentes eleitos na semana passada.
Desses, quatro transitaram da anterior direção – Ricardo Baptista Leite, Catarina Rocha Ferreira, Paulo Rios de Oliveira e Paula Cardoso – e seis são novos: Hugo Carneiro, ex-secretário-geral adjunto de Rio, e cinco apoiantes do atual presidente do partido – o líder da distrital de Santarém, João Moura, o líder da distrital de Leiria, Hugo Oliveira, o ex-presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, e as deputadas Andreia Neto e Clara Marques Mendes.
Na eleição realizada na semana passada, dos 77 deputados da bancada, a direção de Miranda Sarmento teve 46 votos a favor, 20 em branco e 10 nulos (e não votou um deputado, o ex-presidente do PSD Rui Rio).
Ou seja, somando os brancos e os nulos, houve 30 deputados que não deram o seu ‘aval’ ao novo presidente da bancada, que terá uma direção alargada de 43 elementos (em teoria, teve apenas mais três votos do que os membros que compõem a lista).
Com este resultado, Joaquim Miranda Sarmento ficou muito abaixo dos 92% do seu antecessor, Paulo Mota Pinto, dos 81% obtidos por Adão Silva em setembro de 2020 e dos 89,8% do ex-presidente do partido Rui Rio, em novembro de 2019, mas acima do resultado de Fernando Negrão que, em fevereiro de 2018, foi eleito líder do grupo parlamentar do PSD com apenas 39% dos votos.
O anterior líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, tinha sido eleito em 07 de abril, com votos favoráveis de 71 dos 77 deputados sociais-democratas (92%), dois brancos e dois nulos, com dois deputados ausentes das votações.
Um dia antes do início do Congresso do PSD que consagrou a nova direção, Paulo Mota Pinto anunciou que iria convocar eleições antecipadas para a direção da bancada por ter sido informado por Luís Montenegro que pretendia mudar a direção da bancada.