O líder do Partido da Terra – MPT, Pedro Soares Pimenta, liderou esta quinta-feira uma ação simbólica de limpeza na praia de Faro, no Algarve, para expressar a “defesa incondicional” do ambiente constante da sua proposta às legislativas de domingo.
“O MPT pugna sempre pela defesa incondicional das questões ambientais. Somos, aliás, o único partido verdadeiramente ecologista em Portugal, não apenas em época de campanha. E isso vê-se pelo cabeça de lista aqui no Algarve [Manuel Mestre], uma pessoa dinâmica nas questões ambientais durante todo o ano”, disse o dirigente partidário à agência Lusa.
Acompanhado pelo cabeça de lista do MPT pelo círculo eleitoral de Faro e duas dezenas de apoiantes e candidatos, Soares Pimenta juntou-se à limpeza da praia esta quinta-feira de manhã ao longo do passadiço nascente da ilha de Faro, recolhendo ‘beatas’ de cigarros, máscaras, garrafas, plásticos e até panfletos políticos de outras candidaturas, entre outros detritos atirados ao areal.
“Uma ação simbólica de limpeza que também representa a vontade do Partido da Terra em fazer algo diferente e lutar pelos ideais ecologistas que defende. Se cada português apanhasse um ou dois quilos de lixo por semana, no final do ano, possivelmente, Portugal não teria lixo nas ruas. É uma questão de civismo, de lutar por um Portugal mais limpo”, apontou o presidente do Partido da Terra.
O penúltimo dia de campanha do MPT prosseguiu depois bem perto, na mata do Ludo, ainda em pleno parque natural da Ria Formosa, entre os concelhos de Faro e Loulé.
Pedro Soares Pimenta encontrou uma autêntica “lixeira a céu aberto” nas margens dos caminhos de terra batida, com pneus, sofás, entulho e outros materiais abandonados.
“É uma realidade que preocupa o MPT de norte a sul do país. Temos corrido o pais de lés a lés – e não falo apenas desta época eleitoral – e isto é típico. Aqui é mais gravoso por se tratar de uma área protegida, sob responsabilidade do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF)”, afirmou, lamentando que este organismo “não tenha os meios humanos necessários para dar uma resposta eficaz”.
Soares Pimenta pediu “uma conjugação de esforços”, entre governo, ICNF, GNR, municípios e população, para “minimizar este tipo de atentados ambientais”.
Em jeito de balanço, com as legislativas à porta, o líder do Partido da Terra falou de uma “campanha dura, de passar a palavra, com orçamento zero e sem ofertas de materiais”.
“Os portugueses não têm a noção de que quem paga a campanha dos partidos políticos é cada um de nós, são todos os portugueses. E nós achamos inaceitável que os partidos façam ‘brilharetes’ e um autêntico ‘circo’ com o dinheiro de todos os portugueses”, sublinhou.
O presidente do MPT lembrou que, além das questões ambientais, também tem olhado para a saúde como um dos principais temas de campanha, lançando críticas ao primeiro-ministro.
“Esta pandemia demonstrou inequivocamente que temos ótimos profissionais de saúde, mas esses ótimos profissionais estão praticamente em ‘burnout’, completamente esgotadas. E o Estado não dá o apreço necessário para que essas pessoas se sintam motivadas”, afirmou.
Ao ouvir António Costa “dizer que meteu mais profissionais de saúde”, Soares Pimenta realçou que “o importante são as políticas que tem de criar para os manter no SNS e em Portugal”, porque, “bem pelo contrário, o que se tem visto é que os governos em Portugal têm ‘convidado’ os profissionais de saúde a sair do país, o que é totalmente inadmissível”.
O MPT é “o único partido”, acrescentou, a pedir uma requalificação total do parque hospitalar em Portugal, “assim como foi feita no parque escolar”, para dar mais condições aos profissionais e criar novos hospitais, “tirando do papel os projetos que existem, como o Hospital Central do Algarve, prometido há décadas e que não sai do papel”.