Rui Rio vai mesmo recandidatar-se à liderança do PSD e defrontar Paulo Rangel nas eleições internas do próximo dia 4 de dezembro. O anúncio foi feito num comunicado enviado por Salvador Malheiro, atual vice-presidente de Rio, que será diretor de campanha.
“Apesar dos êxitos políticos que o PSD conseguiu no continente e regiões autónomas, e depois das múltiplas e desnecessárias dificuldades que teve de ultrapassar, é compreensível a tentação de não continuar. Mas, tal como sempre, Rui Rio não é homem de desistir de lutar pelo PSD e acima de tudo por Portugal”, lê-se no comunicado intitulado “Por Portugal, Rui Rio recandidata-se à liderança do PSD”.
O anúncio foi feito não de viva voz, mas através de Salvador Malheiro, que enviou o comunicado para os jornalistas através do seu e-mail pessoal. “Depois de uma reflexão aprofundada sobre a situação política do país e atendendo aos recentes resultados das últimas eleições autárquicas e da incompreensível instabilidade e divisões internas, entretanto geradas no PSD, o presidente Rui Rio decidiu recandidatar-se à liderança do PSD”, continua a ler-se, sublinhando-se que a decisão foi tomada “no devido tempo, de forma serena e responsável”, e “sem qualquer preocupação de ordem tática”.
Segundo Salvador Malheiro, Rui Rio entende que “o interesse de Portugal tem de estar acima daquilo que possa ser a tranquilidade da sua própria vida pessoal”, daí que tenha tomado a decisão de avançar com a recandidatura – mesmo depois de ter sido derrotado de forma inédita no Conselho Nacional da semana passada, onde Paulo Rangel saiu reforçado e com uma base crescente de apoios dentro do partido.
A apresentação formal da recandidatura de Rui Rio será feita “brevemente”.
Jorge Moreira da Silva não é candidato à liderança do PSD
Jorge Moreira da Silva está fora da corrida à liderança do PSD. O anúncio foi feito esta terça-feira, horas depois de Rui Rio ter confirmado a sua recandidatura. “Aguardei serenamente pela definição de Rui Rio quanto à sua recandidatura à liderança do PSD. Confirmada que está tal recandidatura, entendo não dever eu próprio protagonizar uma candidatura própria, pois o superior interesse do país e do PSD aponta para que os militantes possam fazer a sua opção livre entre as duas vias distinta que são apresentadas e que se encontravam em preparação no terreno há longos meses”, escreveu numa publicação no Facebook.
O antigo vice-presidente de Pedro Passos Coelho e diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE estava a ponderar uma candidatura há alguns meses, mas acabaria por desistir quando Paulo Rangel e Rui Rio se posicionaram formalmente como candidatos. Com a campanha bipolarizada, Moreira da Silva acabaria por concluir não ter espaço para protagonizar uma candidatura que não fosse apenas para dividir. “Acompanharei atentamente a campanha interna que vai agora iniciar-se e não deixarei, em devido tempo, de emitir a minha opinião sobre aquele que considero o melhor projeto”, prometeu ainda.
“Desejo a Rui Rio e a Paulo Rangel as maiores felicidades no confronto elevado de ideias e projetos que vão assumir, ciente de que o PSD precisa de ser capaz de, urgentemente, se constituir como alternativa séria de Governo para Portugal”, continuou.
Rui Rio anunciou esta tarde que seria candidato à liderança do partido, depois de Paulo Rangel já se ter posto em jogo assumindo uma candidatura no Conselho Nacional de quinta-feira passada. Foi nesse Conselho Nacional que Paulo Rangel ganhou vantagem face a Rui Rio tendo conseguido aprovar a convocação de diretas na data própria – prevista pela direção – em vez de adiar para depois da votação do Orçamento do Estado, como Rui Rio queria.
Notícia exclusiva do parceiro do jornal Postal do Algarve: Expresso