Os deputados do PSD eleitos pelos Algarve querem saber que orientações pretende o Governo dar à TAP “no sentido de suprir as lacunas de outras companhias aéreas que voam para a região e que por razões sanitárias ou outras o deixem de fazer”.
Numa pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, os deputados Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos querem que sejam salvaguardados voos da TAP para o Algarve, uma região fortemente dependente da atividade turística e do setor hoteleiro.
O PSD recorda que foi tornado público que a TAP planeia retomar a sua operação e que se propõe assegurar, numa primeira fase, 71 voos, 63 dos quais com origem ou destino em Lisboa, sendo que apenas os restantes 8 serão distribuídos pelos aeroportos de Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada.
“Que diligências irá empreender para que a TAP retome as suas operações, de acordo com as normas sanitárias em vigor, e que sirva efetivamente os portugueses, respeitando uma distribuição geográfica das suas linhas que não exclusivamente assente num serviço circunscrito à região de Lisboa e Vale do Tejo, nomeadamente ao Algarve, região a que a TAP assegura menos ligações?”, perguntam os deputados.
Numa audição que teve lugar na Assembleia da República, dia 29 de abril., o ministro das Infraestruturas, Obras Públicas e Inovação, Pedro Nuno Santos, afirmou que “se é o povo português que paga, é bom que seja o povo português a mandar”, numa alusão à situação financeira da companhia aérea TAP e à necessidade de garantir apoios públicos para assegurar a subsistência da empresa.
Para os deputados do PSD, a proposta de voos da TAP “é desajustada, fundada na lógica de uma companhia aérea que não responde equitativamente a necessidades geograficamente distribuídas, muitas dessas necessidades já se fazendo sentir em relação a territórios que cronicamente não se encontram no número de prioridade da TAP, no período anterior a esta pandemia e em que os motivos invocados pelo Governo para intervir na gestão da empresa e reverter a sua privatização parecem afinal não ser para ‘levar à letra’”.
Os deputados lamentam que o Aeroporto Internacional de Faro continue a ser “ignorado pela TAP, sendo o seu contributo historicamente marginal para o embarque/desembarque de passageiros na região, já que as ligações diretas se fazem sobretudo para território nacional e em número escasso”. “É sabido que a região carece, por força do seu perfil económico, de voos diretos internacionais, os quais têm sido assegurados por outras companhias aéreas”, sublinham.