O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, convocou para sexta-feira um Conselho de Ministros extraordinário para decretar o estado de emergência em Madrid, na sequência do grande aumento no número de infeções pelo novo coronavírus na comunidade.
A notícia é avançada pela agência espanhola Efe, que confirmou a informação junto de fontes do executivo. A convocatória surge horas depois de o Tribunal Superior de Justiça de Madrid rejeitar as medidas impostas pelo Governo central de restrição da movimentação das pessoas em dez municípios da região de Madrid, incluindo a capital do país, para mitigar a proliferação do SARS-CoV-2.
Espanha registou hoje 12.423 novos casos de covid-19, um quarto dos quais em Madrid, elevando para 848.324 o número total de infetados no país desde o início da pandemia, de acordo com a informação divulgada pelo Ministério da Saúde espanhol.
As autoridades contabilizaram mais 126 mortes com a doença nas últimas 24 horas, aumentando o total de óbitos para 32.688.
Madrid continua a ser a comunidade autónoma com o maior número de novas infeções, tendo adicionado mais 3.152 casos aos números totais de segunda-feira, elevando o total para 258.767.
Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas em todo o país 1.262 pessoas, das quais 338 em Madrid, 163 na Andaluzia e 142 na Catalunha.
Em todo o país há 10.645 pessoas hospitalizadas com a doença, das quais 1.585 pacientes em unidades de cuidados intensivos.
O Tribunal Superior de Madrid rejeitou hoje as medidas que restringem a movimentação das pessoas na capital de Espanha, que tinham sido impostas pelo Governo central para lutar contra o aumento dos casos de covid-19.
As autoridades de Saúde do Governo central e as das comunidades autónomas reúnem-se esta tarde e as novas medidas deverão ser anunciadas pelas autoridades de Madrid antes do início de um fim de semana alargado que termina com o feriado de segunda-feira, em que se comemora o dia nacional de Espanha.
As autoridades receiam que centenas de milhares de madrilenos vão passar o fim de semana fora, depois de a Justiça ter anulado as medidas de restrição da mobilidade do Governo central.
A magistratura defende que as medidas propostas pelo Governo central e aprovadas no órgão de coordenação com as comunidades autónomas na área da Saúde “interferem com os direitos e as liberdades fundamentais”.
A decisão do tribunal vem dar razão ao executivo da região de Madrid que implementou no sábado passado, contrariado, as medidas impostas pelo Governo central.
As medidas agora anuladas afetavam 4,5 milhões de habitantes, enquanto as que tinham anteriormente sido adotadas pelo executivo regional apenas atingiam um milhão.
Em Espanha, as autoridades regionais têm competência exclusiva em matéria de saúde e o Governo central não tem o poder de lhes determinar as suas decisões em matéria de saúde.