O presidente da Iniciativa Liberal afirmou hoje que o Presidente da República quer renovar o estado de emergência, um quadro legal ao qual este partido se tem oposto, por considerar que tem permitido “cheques em branco”.
Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, o presidente e deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, manifestou-se contra “medidas como recolher obrigatório a partir das 13:00 ao fim de semana”, que no seu entender “não fazem qualquer espécie de sentido”, e rejeitou um eventual recolher total, “porque mata ainda mais a economia”.
Questionado sobre quais as medidas que o seu partido defende para conter neste momento os contágios e travar o aumento dos casos de doença covid-19, Cotrim Figueiredo escusou-se a avançar qualquer proposta: “Com os dados de que disponho, não vou arriscar uma solução. A Iniciativa Liberal não é o género de partido que acha que tem soluções mágicas”, respondeu.
“Não temos dados suficientes para saber qual é a eficácia real das medidas que estão a ser tomadas e qual é a consequência real dessas medidas sobre a economia”, alegou, referindo que anda a repetir esta queixa “há mais de três meses”.
O deputado e presidente da Iniciativa Liberal sustentou depois que “sem uma economia saudável não vai ser possível combater a pandemia” e que se não houver essa preocupação haverá a prazo “problemas superiores àqueles que a pandemia tem trazido”.
João Cotrim Figueiredo falava após ter sido recebido pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que entre hoje e quarta-feira está a ouvir os nove partidos com assento parlamentar sobre a pandemia de covid-19, o estado de emergência e o Orçamento do Estado para 2021.