O gestor Custódio Guerreiro é o primeiro candidato do Chega à Câmara de Faro, partido que se estreia em eleições autárquicas, assumindo como objetivo a vitória sem rejeitar uma possível coligação pós-eleitoral à direita, disse à Lusa o candidato.
O candidato do Chega considera que o concelho “estagnou” devido à gestão autárquica da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, que governa desde 2009, e à sistemática alternância no poder com o PS, defendendo que é necessário recuperar para o município o que lhe é “devido” pelo seu estatuto de capital.
Para Custódio Guerreiro, que atualmente trabalha como diretor hoteleiro, a gestão do atual executivo liderado por Rogério Bacalhau (PSD), dedicou-se “a uma gestão de dia-a-dia do município, sem pensar a médio e longo prazo”, o que contribuiu para que Faro tenha perdido terreno enquanto capital do Algarve.
Sobre a possibilidade de a sua candidatura estabelecer ou bloquear eventuais alianças pós-eleitorais em Faro, adianta que, “por uma questão de princípio, a acontecer alguma aliança, será com partidos igualmente de direita”, desde que “a mesma seja fiel às linhas de base do partido”.
Na opinião do candidato, de 56 anos, a “estagnação” a que se assiste em Faro fez o concelho “deixar de receber o destaque e o investimento que lhe são devidos, enquanto capital do Algarve”, um estatuto que “não pode ser apenas oficial” e pelo qual se vai bater, garantiu.
“Faro não pode ser apenas a capital do Algarve. Tem que ser e parecer a capital do Algarve. Sob esta bandeira, usarei todos os meus conhecimentos e experiência para trazer qualidade de vida aos seus cidadãos, alavancar empresas e atrair novos investimentos”, disse .
Questionado sobre os objetivos eleitorais a alcançar nas próximas eleições autárquicas, que ainda não foram marcadas mas que acontecem entre setembro ou outubro, Custódio Guerreiro respondeu que “não se concorre em vão”, mas sim “para ganhar”, sublinhando que vai “aceitar o que a população” decidir.
“Estou seguro de que constituirei uma equipa de trabalho válida com o resultado das eleições. Sou uma pessoa de consensos”, acrescentou, traçando como áreas de destaque da intervenção do partido no município o “urbanismo e ambiente, a ação social, educação, saúde, desporto, associativismo, justiça e empreendedorismo”.
“O ‘feedback’ que tenho tido é muito positivo. Os eleitores de Faro estão recetivos a um futuro promissor para a sua cidade, que é aquilo a que o Chega se propõe, por meio da minha candidatura”, afirmou, referindo-se à recetividade que a população tem manifestado à sua candidatura.
Custódio Guerreiro disse ainda querer tornar Faro “uma cidade mais próspera e próxima dos munícipes”, onde “seja agradável viver e na qual haja uma esperança no futuro”, com metas como a “honestidade e transparência” e o “combate a lóbis e interesses instalados”, assim como à corrupção.
“Também a corrupção terá a minha atenção, assim como o clientelismo. Os cargos públicos têm de ser ocupados por profissionais, uma vez que os vencimentos destes são pagos com o dinheiro de todos os portugueses e, neste caso, dos farenses. Enquanto responsável pelo dinheiro que as pessoas pagam em taxas e impostos, é minha obrigação geri-lo e aplicá-lo exemplarmente”, concluiu.
A Câmara de Faro está desde 2009 sob a liderança do PSD, primeiro com Macário Correia, depois com o seu vice-presidente, Rogério Bacalhau, reeleito em 2017 e que vai agora concorrer ao seu último mandato.
Além de Rogério Bacalhau, que conseguiu em 2017 uma reeleição num município que alterna entre PS e PSD a cada quatro anos, Custódio Guerreiro tem como adversários conhecidos João Marques (PS) e Catarina Marques (CDU).
Nas eleições autárquicas de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,9% dos votos, num total de cinco eleitos, e o PS aproximadamente 38%, com quatro eleitos.
Por lei, as eleições autárquicas têm de ser marcadas entre 22 de setembro e 14 de outubro, mas a data deste ano ainda não foi anunciada.