O PAN viu esta segunda-feira aprovada, no Orçamento, a implementação de um plano de combate à pobreza menstrual que prevê a distribuição gratuita de produtos a estudantes de ação social escolar, utentes do SNS com insuficiência económica, reclusas e sem-abrigo.
Na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no parlamento, a proposta do PAN para combater a pobreza menstrual foi a primeira proposta de alteração aprovada, no âmbito da especialidade do Orçamento do Estado para 2023.
Segundo a proposta, que teve os votos a favor do PS, PAN, Bloco de Esquerda e a abstenção do PSD, Chega, Iniciativa Liberal e PSD, durante o próximo ano, o Governo aprova e inicia a implementação de um plano nacional de combate à pobreza menstrual e à “estigmatização da menstruação”.
A medida visa, assim, a distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual “nos estabelecimentos de ensino básico e secundário, às beneficiárias de ação social escolar que o solicitem, a partir do ano letivo 2023/2024”, nas instituições de ensino superior, “quando solicitada por beneficiárias de bolsas de estudo no âmbito do sistema de apoios sociais para a frequência de cursos ministrados em instituições de ensino superior, a partir do ano letivo 2023/2024”, nos centros de saúde ou nos agrupamentos de centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde, “às utentes em situação de insuficiência económica que o solicitem”.
A distribuição aplicar-se-á também nos estabelecimentos prisionais às reclusas que o solicitem e às pessoas em situação de sem-abrigo, em articulação com as instituições particulares de solidariedade social.
Na justificação da proposta, o PAN argumenta que “os gastos mensais com os produtos de higiene menstrual são, em média, de nove euros e meio por mês, o que significa, aproximadamente, cinco mil euros ao longo da vida”.
Por outro lado, foi chumbada a proposta do Bloco de Esquerda que previa a “distribuição gratuita de produtos de recolha menstrual em centros de saúde, escolas, instituições do ensino superior, prisões e junto de populações excluídas socialmente e que, por via dessa exclusão, têm menor contacto com as estruturas públicas de saúde” a partir de 2023.