Nas praias do Algarve, são poucos os que não sentiram a dor de uma picada de peixe-aranha. Este pequeno animal, tem causado muitas dores de “pé” aos banhistas e aos nadadores-salvadores nos últimos anos. O peixe-aranha é um peixe muito encontrado nas praias algarvias. Encontram-se muito na maré vazia quando a areia está lisa. Escondem-se por debaixo da areia deixando os olhos de fora, à espera das suas presas para atacar. O seu veneno causa muita dor que pode ser diminuída com a aplicação de algo quente na picada.
O peixe-aranha é de cor acastanhada e esguio, tem cerca de 15 centímetros de comprimento. No seu dorso, junto à cabeça tem uma barbatana com três espinhos venenosos. Quando somos picados por um peixe-aranha ficamos com a sensação que pisamos uma concha pontiaguda. No início não se sente praticamente nenhuma dor, mas passado alguns minutos a dor fica intensa, até pode levar ao choro dos mais sensíveis, principalmente das crianças.
O peixe-aranha tem espinhos com toxinas na barbatana dorsal. Eles são portadores de um veneno que se decompõe por acção do calor. Por esta razão os primeiros socorros passam pelo aumento da temperatura no local da picada, quer seja, por imersão em água quente (com temperatura suportável) durante 15 a 60 minutos, ou, pela utilização de outra fonte de calor.
Para proceder correctamente a uma picada, deve fazer uma abordagem segura que reúna indícios e informações sobre o sucedido. Remova o quanto antes a fonte de envenenamento, assegurando a sua segurança e da pessoa picada e proceda ao tratamento. Caso necessário, reencaminhe para o centro de saúde mais próximo.
O tratamento consiste em localizar a picada, espreme-la até sair sangue e aplicar calor no local. Caso não tenha por perto água quente, sempre pode aproximar, uma ponta de cigarro acesa à menor distância possível sem causar queimadura, ou, um isqueiro de forma a aumentar a temperatura local. Há quem aconselhe andar descalço pela areia quente. A maior parte das vezes os efeitos benéficos da aplicação do calor tem efeito imediato. É fundamental que os primeiros socorros sejam aplicados o mais rapidamente possível e até a 30 minutos depois da picada, ou seja, antes que o veneno seja absorvido pelo organismo. É considerado veneno qualquer substância que causa lesão, doença ou morte quando introduzida no corpo em determinada dose. Caso o tratamento não resulte com o calor, deverá encaminhar a pessoa para o centro de serviços mais próximo, para que seja tratada e medicada.
Se por ventura, encontre na ferida um resto do espinho, terá que retirar com a ajuda de um bisturi, agulha ou pinça. Após retirar o espinho da picada deverá lavar e desinfectar a ferida.
Nunca aplique gelo na picada, apesar do frio ser um poderoso e natural analgésico
Nunca deverá aplicar gelo na picada de peixe-aranha, pois irá provocar uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos. A dor irá acalmar e dificilmente entrará na corrente sanguínea, mas assim que o efeito fisiológico, surgirá a vasodilatação dos mesmos vasos, e a toxina fluirá pela corrente sanguínea e as dores voltaram alastrando-se pelo membro da picada.
Se depois da picada a pessoa sentir algumas destes sintomas, tais como: tonturas; sensação de desmaio; vertigens; náuseas; febre; vómitos; dores de cabeça; cãibras; dor inguinal; convulsões; dificuldade em respirar ou alteração da cor e da temperatura do membro afectado, deverá ser conduzida imediatamente a um médico.
Recomenda-se a utilização de sapatos próprios durante a maré propícia ao peixe-aranha (maré baixa).
Sempre que for picado dirija-se ao nadador-salvador mais próximo para iniciar o tratamento.
O que mais aconselho é um “Verão com Melão” e cuidado com o que está no chão!
Artigo publicado no âmbito da parceria entre o POSTAL e Filipe Lara Ramos ‘Verão com Melão’.
Esta rubrica destina-se a sensibilizar a população e fomentar a segurança nas praias durante a época balnear de 2017.
(NOTA: Os conselhos e indicações expressos neste artigo não dispensam o cumprimento pelos leitores das regras gerais de segurança nas praias e as indicações das autoridades competentes em cada zona balnear).