Somos o João Águas e a Marta Nespereira, ambos Físicos de formação, com mestrados respectivamente nas áreas de Astrofísica e Cosmologia, e Óptica e Lasers. Nós, tal como uma boa parte dos nossos colegas, fomos para esta área científica movidos pela curiosidade, a sede de saber e entender o que nos rodeia desde o mundo microscópico até às grandes estructuras do Universo, isto unido a uma vontade de servir a sociedade oferecendo novos avanços no conhecimento e tecnologia, de forma a melhorar a vida das pessoas. A nossa formação tem uma componente teórica muito forte em matemática e física, tendo depois como complemento outras disciplinas que na nossa época são de extrema importância, e que variam mediante o caminho que se queria tomar, por exemplo: programação e para alguns também electrónica. Ou seja, o núcleo de conhecimento e a maneira de pensar que adquirimos, como seria de esperar, é algo que é virado para a uma carreira dentro da academia.
A entrada na União Europeia trouxe uma maior agilidade na troca de recursos entre os países membros, o que inaugurou uma era de ouro e permitiu que aumentasse a produção científica, mas parece nunca ter havido o cuidado de assegurar a progressão da carreira científica para quem a quisesse seguir dentro da academia. Nestes últimos anos houve uma tentativa de regularizar os trabalhadores da investigação científica substituindo as bolsas por contratos de trabalho, o que seria normal, isto também impulsionado pela EU. Mas o que se veio a observar foi o desaparecimento das bolsas e praticamente nenhuma regularização. Pondo na rua os investigadores que tiveram anos ou décadas a trabalhar à base de bolsas, sem apoios, nem direito a subsídio de desemprego. As nossas pretensões, são apenas de ser equiparados a nível laboral a qualquer outro trabalhador a todos os níveis, como salário, contribuições. E que nos permitam continuar com as nossas tarefas que são cada vez mais importantes para a construção de uma Europa moderna e avançada.
Esta instabilidade tem levado à fuga de um considerável número de pessoas das áreas de ciências puras para o estrangeiro, onde muitas puderam progredir na carreira e constituir família. Outros tiveram de fazer a transição da academia para o mundo empresarial. Nesta transição também nos deparamos com barreiras importantes. Uma delas é a valorização do trabalho que foi desenvolvido até ali. A maioria do trabalho académico nas áreas mais fundamentais como publicações científicas não é valorizado. Em alguns casos apenas os conhecimentos que são secundários à nossa formação são importantes para as empresas, o que faz com que seja difícil preencher os pré-requisitos necessários para muitas propostas de trabalho que aparecem para posições de trabalhadores qualificados. Isto em alguns casos força as pessoas a terem de ir tirar outros cursos que têm uma aplicação mais directa no mercado de trabalho, o que nos parece um enorme desperdício de capacidades e recursos humanos.
Gostaríamos de poder terminar com uma nota positiva, mas é difícil.
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