1 – A Cultura Mediterrânica
Desde tempos longínquos que os povos Mediterrânicos criaram uma cultura adaptada às suas condições culturais, sobretudo, histórico-geográficas e ambientais.
Desse modo, foi evoluindo no tempo e no espaço geográfico localizado, uma paisagem rural e urbana, adaptada às mencionadas condições.
Entre a importância dos diversos povos que habitaram na “bacia mediterrânica” a mesma foi, sem dúvida, acentuadamente, marcada pela presença dos romanos (cultura greco-romana no período do Império: 27a C.-395 d.C.) e pelos árabes
Dos vários elementos culturais e históricos por eles legados a língua, a filosofia, a ética, a moral, os valores, a democracia, as artes plásticas e decorativas, os desportos, o teatro, a mitologia, a música, as construção de estradas, de pontes, o direito romano, as técnicas náuticas de construção e navegação, as técnicas agrícolas e de pesca, etc, etc, foram de suma importância para aquilo que hoje somos, como povo do Sul da Europa.
Portugal, sendo efectivamente, um desses povos pertencentes à cultura Mediterrânica, tem inscrito na sua paisagem rural e urbana muitos dos elementos das culturas greco-latina e árabe – um espaço geográfico, vincadamente marcado, durante séculos.
Além dos diversos elementos atrás referidos é, também, de relevante significado, a nossa gastronomia, com base na produção Mediterrânica.
Depois do Fado, a Dieta Mediterrânica foi o segundo elemento português a fazer parte da lista de património imaterial da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 4 de dezembro de 2013.
2 – As influências externas e as susceptíveis alterações
O aumento exponencial do turismo, sobretudo, a partir da década de 60, do século passado, no sul da Europa, nomeadamente, no nosso país, veio alterar o que era natural, adaptado às suas condições e experimentado, ao longo de séculos.
Alterar, repentinamente, a nossa diversidade cultural, a favor de algo externo de concepção interesseira e momentânea é o arrasar de todo um passado histórico-geográfico-cultural e ambiental, ou mesmo, subvertê-la.
Os nossos organismos do Estado, desde o poder Central ao Autárquico, relacionados especificamente com a História, a Educação Cultura e Ensino, Património, Ambiente, Agricultura, Pescas, Construção civil, Arquitectura, entre outros sectores, deverão procurar ter como decisores responsáveis, gente com qualificação e competência acrescida, nestas matérias, além figuras de nome reconhecido, socialmente, e não apenas, com um mero cunho Político.
3 – O primado do mérito, dos valores, da ética e da moral.
O Mérito, a Ética e os Valores, sendo, também, eles elementos a nós transmitidos, sobretudo, pela cultura greco-latina, devem constituir a regra do primado, a fim de serem evitadas práticas destruidoras de toda a nossa riqueza acumulada, desde gerações, advindas de tempos remotos.
As mexidas, porventura a serem feitas, materialmente, na nossa paisagem mediterrânica, não podem ser tomadas por orientação de práticas políticas mal pensadas e aplicadas de forma empirista, mas sim, através das boas práticas de Cidadania, baseadas em fundamentos da Ciência histórica e outras, da Tecnologia, da Arte, do Património e, também, do sentimento, em prol da dedicação à causa pública.
A dialéctica da História, como Ciência Humana e Social, deverá estar sempre presente e cumprida na correlação Passado-Presente-Futuro, senão como povo do Sul da Europa, seremos semelhantes a um jardim sem flores ou seja, sem algo de belo e substancial para apresentar aos vindouros!