O Ranking de Competitividade Municipal publicado ontem, pelo Instituto Mais Liberdade, compara a atratividade e qualidade de serviços e infraestruturas dos 186 municípios em Portugal, que têm mais de 10 mil habitantes. Entre 10 categorias de competitividade, atribui-se a Faro a décima terceira posição, enquanto Olhão ocupa a octogésima primeira. Afinal, quais são as causas por trás deste diagnóstico?
A louvável iniciativa sub judice oferece um diagnóstico objetivo do território, que deve ser tido em conta na futura construção de políticas públicas e planeamento municipal. Efetivamente, entre as 10 categorias, Olhão só se encontra à frente de Faro em duas delas. Ora, vejamos.
Quanto à educação, cujos indicadores primários foram a média do ranking da superação das escolas, as instituições de ensino superior por 100 mil habitantes, e docentes do ensino superior por mil habitantes, Faro reinvidica o 3º lugar do ranking, ao passo que Olhão se situa em 31º.
No que toca à saúde, baseando-se nos médicos por mil habitantes, camas em hospitais públicos por 100 mil habitantes e farmácias e postos farmacêuticos móveis por 100 mil habitantes, é atribuído o 5º lugar à capital algarvia, enquanto o município vizinho se situa em 158º.
A par dos rendimentos familiares, o capital humano, o capital produtivo, a cultura e o entretenimento analisam-se significativamente mais evoluídos em Faro do que em Olhão, sendo que ambos partilham uma desfavorável posição no respeitante à habitação.
| Categorias/Município | Faro | Olhão |
| Rendimentos Familiares | 43 | 106 |
| Capital Humano | 13 | 103 |
| Capital Produtivo | 20 | 80 |
| Saúde | 5 | 158 |
| Educação | 3 | 31 |
| Habitação | 168 | 139 |
| Cultura e entretenimento | 52 | 138 |
| Proteção e Justiça | 155 | 92 |
| Serviços Essenciais e Ferrovia | 45 | 53 |
| Fiscalidade e Endividamento autárquico | 72 | 42 |
Na tabela supra, conseguimos identificar a vermelho as categorias que se situam abaixo da média dos municípios, no estudo. Concluímos, nesta sequência, que Olhão ocupa um lugar desvantajoso em metade delas e safa-se por pouco de também o ser na categoria da habitação.
Enquanto filha da capital algarvia, orgulha-me que Faro se afirme com peso na educação e na saúde, funcionando como polo universitário e hospitalar, mas não é com indiferença que olho para Olhão, que não consegue acompanhar o dinamismo produtivo e empresarial. É antes com a empatia de quem quer ver o Sul crescer para que deixe de ser destino de lazer sazonal, quedando-se ao abandono o resto do ano, dignificando-o com aquilo que merece.
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