Ah, cá estamos nós outra vez. Mais um governo cai, mais uma ida às urnas, mais promessas de estabilidade que duram tanto quanto o entusiasmo inicial de uma amor de verão. O espetáculo político português tornou-se previsível: o elenco muda, os slogans são reciclados, mas o enredo é sempre o mesmo. Parece que vivemos num ciclo infinito de eleições, onde a estabilidade política é um mito digno de contos de fadas.
Luís Montenegro veio com grandes ambições e um discurso confiante. Prometeu mudar Portugal, mas acabou por mudar de ideias tantas vezes que deixou o país tonto. Faltava apenas uma coisa ao seu governo: uma estratégia coerente.

O seu fim abrupto é quase poético. Foi uma tragédia para quem ainda acreditava e uma comédia para todos os outros.
A cada dois anos ou menos, como se fosse uma tradição, somos chamados às urnas. É quase como se as eleições fossem um desporto nacional. Cada partido joga o seu melhor jogador, do qual promete o céu e a terra, mas esquece que, no fim, têm de governar com um orçamento limitado, um parlamento dividido e uma paciência pública cada vez menor.
Enquanto isso, o cidadão comum assiste de longe e pensa: “Outra vez? Mas não votámos há pouco tempo?” Claro que votámos, mas a política portuguesa parece presa num ciclo interminável. O problema é que, em vez de corrigirmos os erros do passado, continuamos a repeti-los.
E os grandes prejudicados, claro, são os portugueses. Enquanto nos debatemos com a crise da habitação, o colapso do SNS e salários que mal-acompanham a inflação, os nossos políticos estão ocupados a discutir quem fica com a cadeira do poder.
E sabem o que é mais fascinante? Como conseguimos alternar entre promessas de estabilidade absoluta e escândalos políticos num piscar de olhos. É quase como um espetáculo de circo: o trapézio político nunca para de balançar, mas alguém acaba sempre por cair.
E assim, cá estamos nós outra vez, a preparar-nos para mais uma campanha eleitoral, mais debates, mais promessas. É frustrante, sim, mas também é irónico. Portugal continua a avançar, apesar deste constante tropeçar político.
Talvez um dia consigamos quebrar este ciclo. Até lá, vou buscar pipocas para o próximo capítulo desta novela interminável. Afinal, rir é melhor do que chorar. E na política portuguesa, há sempre algo para nos fazer rir – mesmo que seja para não desesperar.
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