A primeira madrugada do mês é marcada pela presença de Vénus junto a Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Este planeta irá deslocando-se gradualmente para leste, chegando aos pés da constelação dos Gémeos no último terço do mês.
Mercúrio é outro planeta que será visível de madrugada, mas apenas até dia 9. Este astro só regressará ao final da tarde de dia 25.
Na manhã do dia de Santa Isabel (dia 4) o nosso planeta atingirá o seu afélio: o ponto da orbita mais afastado do Sol. Mas como por estes dias o hemisfério norte terrestre se encontra voltado na direção do Sol, chega mais radiação solar ao nosso país do que aquando da sua chegada ao periélio (a maior aproximação da Terra ao ao Sol) há seis meses.
Na madrugada de dia 7 terá lugar o quarto crescente junto à Porrima, um sistema estelar binário situado no ombro esquerdo da constelação da Virgem. Três madrugadas depois, a Lua será vista junto de Antares uma estrela supergigante vermelha que é a estrela mais brilhante da constelação do Escorpião (daí também ser chamada de Alpha Scorpii).
Na manhã de dia 13 a Lua atinge o ponto da sua orbita mais próximo da Terra (o perigeu). Por este motivo a Lua Cheia que terá lugar ao final dessa tarde será ligeiramente maior (cerca de 10%) do que o habitual: é o que se chama de súper Lua Cheia.
Ao final do dia 15 iremos assistir ao nascimento da Lua junto a Saturno na constelação do Capricórnio, enquanto na madrugada de dia 19 já irá nascer junto ao planeta Saturno.
O quarto minguante terá lugar no dia 20 junto à constelação dos Peixes. Um dia depois a Lua passará à frente do planeta Marte, mas dada a hora do evento esta efeméride não será observável de Portugal. Igualmente, ao início da manhã de dia 22 a Lua irá passar em frente do planeta Úrano. E finalmente ao final da madrugada dia 26 a Lua será vista junto à constelação dos Gémeos.
A última efeméride relevante deste mês é o pico de atividade da chuva de estrelas Delta Aquáridas, na noite de dia 28. Apesar desta efeméride coincidir com a Lua Nova, mesmo na melhor das hipóteses numa hora não se chegarão ao observar mais do que uma dezena destes pequenos restos do cometa 96P/Machholz.
Boas observações!
* Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC – Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra.