O suspeito de ter ateado o fogo que está a lavrar desde este sábado de manhã no concelho de Seia, distrito da Guarda, está retido no Posto Territorial da GNR de Seia, disse à Lusa fonte da corporação.
A mesma fonte explicou que o suspeito ainda não foi detido, uma vez que teve de ser contactada “a Polícia Judiciária por se poder tratar de crime doloso”.
A fonte da Guarda Nacional Republicana refere que os crimes dolosos de incêndio florestal são da competência da PJ, sendo as detenções efetuadas por esta polícia.
Segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio em mato que começou às 10:30 na localidade de Sandomil, concelho de Seia, mobilizava, às 18:00, 529 operacionais apoiados por 151 veículos e 13 meios aéreos.
Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela disse à Lusa que a prioridade dos operacionais envolvidos no combate ao incêndio é a proteção das habitações devido à intensidade do vento que atinge rajadas de 40 quilómetros por hora.
Não há localidades evacuadas, mas a Câmara Municipal de Seia dá conta, através das redes sociais, que a orientação é para confinamento em todas as localidades da área afetada pelo fogo.
Numa publicação nas redes sociais, a Câmara Municipal de Seia refere que estão cortadas e condicionadas ao trânsito as estradas municipais que ligam Corgas a Sandomil e entre Carragozela e Várzea, a Estrada Nacional 17, entre a Ponte de Santiago e Oliveira do Hospital e entre Santiago e Santa Eulália, a Estrada da Assamassa, entre S. Romão e Catraia de S. Romão, e os acessos a Vila Cova à Coelheira.
A autarquia recomenda à população para que se mantenha em alerta e acompanhe as indicações das autoridades, evite deslocações para a área afetada e respeite a sinalização e as ordens no terreno.
Quase um terço dos fogos investigados este ano tiveram como origem fogo posto
Quase um terço dos incêndios investigados este ano tiveram como origem o fogo posto e a área ardida até 31 de agosto é a mais elevada da última década, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), referente ao período de 01 de janeiro a 31 de agosto, refere que os incêndios investigados até aquela data tiveram como causas mais frequentes “incendiarismo – imputáveis” (31%), seguido das queimas e queimadas (25%) e dos reacendimentos (10%).
O ICNF refere que, dos 7.042 incêndios rurais verificados até ao final de agosto, foram investigados 4.786, dos quais 68% têm o processo de averiguação de causas concluído.