Mesmo para quem domina bem a escrita, há sempre armadilhas escondidas. Algumas palavras da língua portuguesa parecem iguais mas têm significados distintos. Outras confundem-se na grafia ou no contexto em que são usadas.
O resultado dessas trocas é muitas vezes subtil. Pequenos deslizes podem afetar a clareza dos textos e até a credibilidade de quem os escreve. Por isso, conhecer as diferenças torna-se uma ferramenta prática para evitar erros.
Semelhanças que confundem
Um dos casos mais frequentes envolve a dupla “afim” e “a fim”. Enquanto a primeira significa semelhante ou relacionado, a segunda indica intenção. Uma frase como “ideias afins” não tem o mesmo sentido que “estar a fim de mudar de emprego”, explica a plataforma de informação VortexMag.
Outro exemplo é a diferença entre “a cerca de” e “acerca de”. A primeira refere-se a quantidades aproximadas, enquanto a segunda equivale a “sobre”. Dizer que chegaram “a cerca de dez pessoas” não é igual a “falou acerca de um tema”.
Erros frequentes no quotidiano
Expressões como “cessão”, “sessão” e “secção” costumam ser usadas de forma incorreta. Cada uma tem aplicação própria: ceder direitos, realizar uma reunião ou identificar uma divisão de loja. A troca entre elas ainda é recorrente em textos formais.
O mesmo acontece com “concerto” e “conserto”. Uma está ligada a música, a outra a reparações. A frase “fomos a um concerto” não tem o mesmo significado que “o carro precisa de conserto”.
Casos de uso mais raro
Existem ainda pares menos usados, mas que levantam dúvidas, explica a mesma fonte. Entre eles estão “espectador” e “expectador”. O primeiro é quem assiste a um evento, o segundo, embora correto, designa quem espera algo.
Outro exemplo é “vultoso” e “vultuoso”. Enquanto a primeira palavra remete a algo de grande valor, a segunda descreve um rosto inchado. São diferenças subtis, mas que podem mudar totalmente o contexto.
Quando o erro altera o sentido
A troca entre “infligir” e “infringir” pode gerar confusões sérias. O primeiro verbo significa aplicar uma pena, o segundo violar uma regra. Usá-los de forma errada cria ambiguidades desnecessárias.
O mesmo se aplica a “mandado” e “mandato”, refere a VortexMag. O primeiro é uma ordem judicial, o segundo refere-se ao tempo de exercício de funções políticas ou institucionais.
Palavras que se repetem em contextos formais
Na prática jurídica e política, “ratificar” e “retificar” também se confundem. Uma decisão pode ser ratificada, ou seja, confirmada, mas erros devem ser retificados, ou seja, corrigidos.
Outro par importante é “eminent”e e “iminente”. Embora pareçam semelhantes, “eminente” refere-se a alguém notável, enquanto “iminente” indica algo prestes a acontecer.
O peso da precisão na língua
“Cumprimento” e “comprimento” são outros termos trocados com frequência. O primeiro corresponde a uma saudação ou cumprimento de deveres, o segundo à medida de extensão.
A língua portuguesa exige atenção redobrada nestes detalhes. O mesmo se verifica em “descrição” e “discrição”. Uma trata da narração de algo, a outra da reserva no comportamento.
Palavras que pedem atenção constante
“Tráfego” e “tráfico” são exemplos em que o erro pode gerar mal-entendidos. O primeiro está ligado à circulação de veículos ou dados, o segundo ao comércio ilegal. São palavras com sonoridade próxima mas sentidos muito distintos.
Também entre “acessório” e “assessório” há diferenças. O primeiro significa algo complementar, enquanto o segundo está relacionado a assessoria. Confundi-los compromete a clareza da mensagem.
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