Com a chegada de uma massa de ar polar, prevê-se uma alteração clara do ambiente meteorológico em Portugal, trazendo um cenário mais frio e típico de inverno, apesar de estarmos ainda no outono. Trata-se de uma mudança que já começa a despertar atenção, sobretudo pelas descidas acentuadas de temperatura que se aproximam.
A tempestade Claudia continua a dominar o panorama meteorológico nacional, depois de vários dias a provocar chuva intensa, vento forte e inúmeras ocorrências associadas ao mau tempo. A depressão tem mantido avisos ativos, mas o seu impacto deverá começar a diminuir gradualmente.
As previsões apontam agora para a entrada de ar polar marítimo durante a próxima semana, um fenómeno que deverá transformar o estado do tempo de forma evidente.
Prevê-se que as temperaturas desçam de forma abrupta, aumentando a probabilidade de geadas mais frequentes nas regiões do Interior e até a possibilidade de queda de neve em pontos mais elevados, de acordo com o portal especializado em meteorologia Meteored.
Um anticiclone vai alterar o padrão atmosférico
Entre os dias 17 e 23 de novembro, uma forte crista anticiclónica deverá instalar-se sobre a Península Ibérica, substituindo a posição atualmente ocupada pela depressão Claudia. Este sistema de altas pressões ficará plenamente desenvolvido a partir de terça-feira, estendendo-se até latitudes tão a norte como a Islândia.
A partir de quarta-feira, 19 de novembro, espera-se um arrefecimento expressivo, com temperaturas abaixo dos valores médios habituais para esta época do ano. Este anticiclone, ao bloquear a passagem de novas depressões atlânticas, abre caminho à deslocação de ar frio sobre a Europa.
Esta nova configuração atmosférica facilita a descida de massas de ar longe da sua zona de origem. No caso de Portugal, o ar polar avançará pelo continente europeu até atingir a nossa geografia, favorecendo um ambiente mais seco e frio.
Possibilidade de neve e precipitação escassa
As massas de ar frio previstas para meados da próxima semana contêm pouca humidade, o que reduz bastante a ocorrência de precipitação. Ainda assim, pequenas quantidades poderão surgir de forma localizada, sobretudo em áreas montanhosas, de acordo com a mesma fonte.
A conjugação de ar frio em altitude com estes episódios pontuais de precipitação poderá originar neve nos pontos mais elevados do extremo Norte e da Serra da Estrela. Apesar da elevada incerteza associada a este tipo de fenómeno com tantos dias de antecedência, os modelos numéricos do ECMWF já sinalizam essa possibilidade.
Temperaturas mínimas em forte queda
O cenário que reúne maior consenso entre os meteorologistas é a descida acentuada das temperaturas, especialmente das mínimas. Este fim de semana, a influência da depressão Claudia já fará sentir valores mais típicos de novembro, mas será a partir de quarta-feira que o frio assumirá um carácter claramente invernal.
Com esta massa de ar polar, as geadas outonais começarão a tornar-se mais frequentes e abrangentes no Interior. As regiões do Nordeste Transmontano e da Beira Alta deverão ser as primeiras a sentir este efeito de forma mais marcada, de acordo com a Meteored. Já o litoral (Norte, Centro e região de Lisboa) e o Sul (Alentejo litoral e Algarve) vão sentir um ambiente mais frio, mas com menor risco de geadas.
Se, após a chegada do ar frio, o anticiclone se mantiver sobre Portugal continental, é provável que a nebulosidade diminua e que o vento fique mais fraco. Estes fatores favorecem o arrefecimento noturno, criando condições para a formação das primeiras geadas generalizadas deste outono no Interior do país.















