Parece uma questão trivial, mas o modo como pendura o rolo de papel higiénico continua a gerar discussões um pouco por todo o mundo. Há quem defenda que a folha deve sair pela frente, há quem jure que é por trás, e há até quem o coloque ao acaso. Mas afinal, existe uma forma certa? Um inventor do século XIX pode ter deixado a resposta.
Uma dúvida que atravessa gerações
Desde que o papel higiénico em rolo foi inventado, a forma de o colocar no suporte tornou-se um gesto quotidiano com carga simbólica, refere o NCultura. Para alguns, a folha deve cair pela frente, tornando mais fácil puxar e rasgar. Para outros, o sentido inverso protege o papel de poeiras ou de mãos indiscretas.
Esta escolha aparentemente simples divide pessoas. Há quem veja nisto uma questão de gosto, e há quem leve a decisão muito a sério, como se fosse uma extensão da própria personalidade.
Seth Wheeler: o homem que desenhou o futuro do papel higiénico
O nome por detrás da invenção moderna do rolo de papel higiénico é Seth Wheeler, segundo a mesma fonte. Em 1891, este norte-americano registou uma patente que transformaria a higiene diária de milhões de pessoas. A grande inovação foi o papel perfurado, que permitia destacar folha a folha sem esforço.
Mas a curiosidade mais notável está na ilustração oficial da patente. Nela, o papel surge desenhado a sair pela frente do rolo. Esta imagem, acessível nos arquivos do Google Patents, mostra que Wheeler tinha uma intenção clara quanto à orientação correta.
Uma invenção prática e amiga do ambiente
A preocupação de Wheeler não se limitava à funcionalidade. Ao tornar possível separar o papel com precisão, evitava o desperdício e promovia um uso mais consciente. Antes disso, os rolos eram muitas vezes improvisados, rasgando-se de forma desordenada ou desfazendo-se em pedaços inúteis.
A visão de Wheeler, à frente do seu tempo, antecipava temas como a eficiência e a sustentabilidade.
O papel era pensado para ser usado com respeito pelos recursos disponíveis e de forma a garantir o conforto de todos, refere a fonte acima citada.
Recomendamos: Adeus moscas: esta folha que está na cozinha é a solução para manter a sua casa livre de insetos
Quando a patente fala mais alto que o hábito
Apesar da clareza do desenho deixado por Wheeler, o debate não desapareceu. Há quem veja a folha pela frente como uma fidelidade à intenção do inventor. Outros preferem a orientação para trás por razões de gosto, hábito ou mesmo estética.
Esta divergência torna-se ainda mais interessante quando percebemos que não há uma regra oficial a nivel doméstico. Cada casa segue a sua lógica, muitas vezes determinada por quem lá manda ou por quem repõe o rolo com mais frequência.
Mais do que uma folha
A forma como penduramos o rolo de papel diz mais sobre nós do que parece. É um reflexo do nosso estilo de vida, da nossa forma de lidar com a rotina e até da nossa relação com a ordem e a limpeza, segundo o NCultura.
A polémica continua viva nas redes sociais
Hoje em dia, esta discussão ganhou nova força nas redes sociais. Memes, sondagens e opiniões inflamadas surgem sempre que o tema volta à tona. Há até hotéis e empresas que formam os seus funcionários sobre o lado “certo” do rolo, reforçando a seriedade com que alguns encaram o assunto.
Apesar do humor à volta da polémica, a verdade é que a invenção de Wheeler continua a fazer parte do nosso dia a dia e a despertar curiosidade, mesmo passados mais de 130 anos.
Leia também: Adeus oficina: aprenda o truque que os mecânicos não contam para ter faróis como novos