O outono traz de volta o cheiro inconfundível das castanhas assadas pelas ruas, um aroma que muitos tentam reproduzir em casa sem o mesmo sucesso. O gesto parece simples, mas há um detalhe que faz toda a diferença: o ponto exato onde se deve fazer o corte na castanha. Segundo a chef Filipa Gomes, há um truque que facilita o descasque e garante o sabor ideal.
A revista Activa cita a chef que revela que o segredo começa logo na escolha das castanhas. As mais firmes e sem buracos devem ser privilegiadas, pois asseguram melhor textura depois de assadas. Na preparação, o golpe deve ser longo e feito na base da castanha, evitando cortes demasiado fundos que possam comprometer a cozedura.
O passo a passo que evita erros
Depois de cortadas, as castanhas devem ser colocadas numa taça com água a ferver e sal grosso, onde devem repousar cerca de 20 minutos. Esta imersão permite amolecer ligeiramente a casca e facilitar também o processo de descascar. A chef recomenda que, durante o processo, o forno seja pré-aquecido a 250 graus.
Passado o tempo de repouso, escorra a água, espalhe as castanhas num tabuleiro com uma nova camada de sal grosso e leve-as a assar durante cerca de 20 minutos. O resultado são castanhas mais fáceis de abrir, com o interior macio e o sabor característico que acompanha os dias frios. Segundo a Activa, este método garante ainda uma cozedura uniforme e evita que as castanhas rebentem durante o processo.
Benefícios que vão além do sabor
A Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa recorda que as castanhas são ricas em hidratos de carbono complexos, fibras e minerais, como potássio, magnésio e fósforo. Ajudam a manter o sistema nervoso equilibrado e são recomendadas em situações de stresse físico ou mental.
Segundo a mesma fonte, o fruto é também indicado para quem realiza esforços intelectuais, já que favorece o bom funcionamento do cérebro. Em comparação com outros frutos secos, a castanha apresenta um teor de gordura significativamente mais baixo: 100 gramas de castanhas fornecem cerca de 190 kcal, contra as 570 kcal dos amendoins ou as 620 kcal das amêndoas.
Castanhas e tradição à mesa
O outono é também tempo de São Martinho, época em que o ditado popular recomenda “ir à adega e provar o vinho”. A tradição manda que as castanhas assadas acompanhem o vinho novo, a jeropiga ou a água-pé. O site do Hospital Lusíadas lembra, contudo, que o consumo de vinho deve ser moderado.
As propriedades antioxidantes do vinho, associadas ao consumo equilibrado de castanhas, fazem desta combinação um clássico da gastronomia portuguesa, com raízes que atravessam gerações. E, como ensina Filipa Gomes, tudo começa com o corte certo na castanha.
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