O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e da Comissão Diretiva do Programa Regional Algarve 2030, José Apolinário, participou esta quinta-feira no V Encontro de Parceiros da Rota Eurovelo 1 – Rota da Costa Atlântica, que decorreu no AP Cabanas Beach & Nature, em Tavira.
O evento, organizado pelo Turismo de Portugal, Federação Portuguesa de Ciclismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) e pela Região de Turismo do Algarve, reuniu representantes de entidades públicas e privadas, bem como especialistas, para refletir sobre o papel do cicloturismo e da mobilidade ativa no desenvolvimento sustentável do território.

Na sessão de abertura, José Apolinário sublinhou o compromisso da região com a promoção da mobilidade sustentável, destacando o impulso dado à Ecovia do Litoral do Sul e a projetos complementares que têm vindo a consolidar o Algarve como um destino de excelência no setor do cicloturismo.
Durante a sua intervenção, defendeu a necessidade de um maior acompanhamento e articulação entre as diversas entidades envolvidas, propondo a criação de uma comissão de acompanhamento para a concretização da rede regional de ciclovias.
José Apolinário deixou também um apelo aos municípios algarvios para a apresentação de candidaturas ao Programa Regional Algarve 2030, no sentido de apoiar a implementação de projetos que promovam a mobilidade ativa e contribuam para o desenvolvimento sustentável da região.
José Apolinário defende ciclovias como investimento estratégico para a mobilidade sustentável
O presidente da CCDR Algarve e da Comissão Diretiva do Programa Regional Algarve 2030, sublinhou a importância estratégica das ciclovias regionais para o desenvolvimento sustentável e a mobilidade ativa no Algarve, dando conta dos investimentos já realizados e das perspetivas para o futuro.
“O Programa Operacional CRESC ALGARVE 2020 financiou uma primeira parte da construção das três Ciclovias Regionais do Algarve num montante aproximado de seis milhões de euros de investimento, com uma comparticipação de FEDER de 4,4 milhões de euros”, afirmou o responsável.
Segundo José Apolinário, existe “consenso ao nível do planeamento regional sobre as três ciclovias estruturantes da região”, referindo-se à Ecovia/Ciclovia do Litoral Sul, à Ecovia/Ciclovia da Costa Vicentina e à Ecovia/Ciclovia da Rota do Guadiana, que se desenvolvem entre Odeceixe e Sagres, Sagres e Vila Real de Santo António, e entre Vila Real de Santo António e Alcoutim, respetivamente.
“Estas redes de Ciclovias Regionais integram redes internacionais e dão continuidade a uma rede ciclável urbana, atravessando e ligando entre si os principais centros urbanos regionais”, destacou, acrescentando que estão “configuradas para acolher as deslocações pendulares diárias, principalmente para a escola e o trabalho, mas também por motivos de comércio, lazer e outros”.
A Ecovia/Ciclovia do Litoral Sul e da Costa Vicentina integram a Rede Europeia de Ciclovias EuroVelo, destinada à prática do cicloturismo ao longo do continente europeu, mas também considerada por Apolinário como “uma boa alternativa para mobilidade diária e para lazer de uso local”. No total, a EuroVelo conta com 14 rotas cicláveis de longa distância, com 70.000 km distribuídos por 42 países.
No caso do Algarve, “até à data encontram-se concretizados 47% da rota EuroVelo 1 na região, correspondendo a 167 km dos 358 km totais previstos”, adiantou. “Pretende-se que a parte restante venha a ser totalmente executada durante a vigência do atual Programa Regional ALGARVE 2030.”
Entre os principais parceiros desta estratégia, José Apolinário destacou “a AMAL, o Turismo do Algarve, o Turismo de Portugal, a Federação Portuguesa de Cicloturismo, as empresas de turismo de natureza e de cicloturismo”, que classificou como “os principais ativos deste investimento estruturante para a mobilidade suave e ciclável”.
O presidente da CCDR Algarve revelou ainda que já foram aprovadas duas operações com financiamento do ALGARVE 2030, uma dos municípios de Vila do Bispo e Aljezur, com um investimento de 4.888.667,07 euros, e outra do município de Loulé, no valor de 8.792.424,43 euros.
No caso da Costa Vicentina, a intervenção prevê “dar continuidade à primeira fase do projeto, já executada, completando uma extensão total de 108,57 km até ao final de 2025”, explicou. Já a operação de Loulé inclui “a construção de uma ciclovia segregada, a reabilitação de uma área para a mobilidade pedonal e a implementação de um sistema de bicicletas partilhadas”.
José Apolinário adiantou ainda que “aguardamos, para os próximos dias, a entrega de candidaturas por parte dos municípios de Faro, Vila Real de Santo António, Castro Marim, Portimão, Loulé e Vila do Bispo”, sublinhando que estas propostas estão a ser “dinamizadas pela AMAL, em colaboração com a Autoridade de Gestão do Programa Regional Algarve 2030”.
Sublinhando a articulação com o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS), o dirigente considerou que estas ciclovias são “um bom exemplo concreto de como precisamos reforçar e melhorar o planeamento estratégico integrado, no quadro da concertação intersectorial entre os serviços com competências nesta matéria, a Comunidade Intermunicipal (AMAL) e as Autarquias Locais”.
Concluindo, José Apolinário propôs a criação de uma nova estrutura de monitorização e concertação: “Aproveito esta oportunidade para, em nome da CCDR Algarve, propor a dinamização de uma comissão técnica de acompanhamento da implementação das ciclovias regionais, que reúna duas vezes ao ano, juntando todas as entidades, defina um plano de ação 2025-2029, bem como a elaboração de um relatório anual de progresso que materialize e avalie o desenvolvimento deste investimento estruturante e do seu contributo para as políticas públicas de mobilidade sustentável”.
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