A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) publicou uma lista de agentes patogénicos (vírus) que, segundo os critérios da instituição, representam um risco elevado para a saúde pública, quer no território britânico, quer a nível global. A selecção tem como objectivo principal orientar a investigação científica e os investimentos na área da prevenção e resposta a ameaças infecciosas.
Lista divulgada pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido inclui agentes infecciosos com risco elevado de desencadear futuras pandemias. Especialistas alertam para ameaças mais graves do que a Covid-19.
Critérios de risco e impacto potencial
De acordo com a BBC, a lista resulta de uma avaliação técnica baseada na infecciosidade das novas variantes virais, na gravidade das doenças associadas e na susceptibilidade da população britânica.
A presença de vírus já identificados no Reino Unido, bem como o impacto das alterações climáticas — que favorecem, por exemplo, a disseminação de doenças transmitidas por mosquitos — foram também considerados.
Vírus semelhantes ao sarampo preocupam especialistas
Entre os agentes destacados, incluem-se vírus como o da gripe aviária e o nipah, este último associado a casos de encefalite.
Destacam-se igualmente os vírus da família paramyxoviridae — onde se inclui o sarampo —, a coronaviridae (associada à Covid-19 e ao MERS), a picornaviridae (relacionada com patologias semelhantes à poliomielite) e a orthomyxoviridae (que inclui formas sazonais e zoonóticas de gripe).
Recomendamos: Agora é oficial: União Europeia altera idade mínima para tirar a carta de condução (e não só)
Doenças não respeitam fronteiras, alerta UKHSA
A directora científica da UKHSA, Isabel Oliver, sublinhou que “as doenças infecciosas não respeitam fronteiras” e acrescentou que “no contexto das alterações climáticas e de outras ameaças, há uma vasta gama de agentes patogénicos que podem causar a próxima pandemia” (Daily Mirror, 2024).
O professor Mark Woolhouse, especialista em doenças infecciosas na Universidade de Edimburgo, alertou para a possibilidade de um novo vírus com características semelhantes ao sarampo constituir uma ameaça superior à da pandemia de Covid-19.
“Esse vírus seria impossível de controlar, mesmo com um confinamento mais rigoroso. Seria também consideravelmente mais mortal e, ao contrário da Covid, seria uma ameaça para as crianças”, afirmou, citado pelo Daily Mirror.
Lista visa orientar políticas de saúde e investimento científico
A lista da UKHSA pretende servir de base para a definição de prioridades em investigação biomédica, desenvolvimento de vacinas e preparação de respostas sanitárias.
A inclusão de agentes bacterianos como Staphylococcus, Streptococcus dos grupos A e B, bem como bactérias entéricas como E. coli ou Yersinia pestis, reflecte uma preocupação abrangente com diferentes tipos de ameaça, incluindo infeções resistentes a antibióticos.
Entre os vírus identificados estão também: adenovírus, vírus da febre de Lassa, norovírus, vírus do Ébola e Marburg, Flaviviridae (dengue, zika e hepatite C), hantavírus, febre hemorrágica da Crimeia-Congo, oropouche, febre do Vale do Rift, metapneumovírus humano (HMPV), mpox (antiga varíola dos macacos), chikungunya e mielite flácida aguda.
No domínio bacteriano, constam ainda a febre Q, antraz, tularemia e infeções por Moraxellaceae, frequentemente associadas a doenças respiratórias e urinárias.
A gonorreia, cuja resistência a antibióticos tem aumentado, também figura entre as preocupações emergentes.
A lista agora divulgada visa antecipar futuros cenários epidemiológicos e apoiar estratégias de contenção precoce, reforçando o papel da vigilância internacional e da investigação científica coordenada.
Leia também: Este estendal universal do Aldi é ideal para secagens rápidas com estrutura que facilita a circulação de ar