A regra dos líquidos no aeroporto deixará de existir nos próximos tempos, graças à aprovação de novos scanners capazes de detetar explosivos líquidos de forma mais eficaz. A alteração porá fim a uma das restrições mais criticadas pelos passageiros aéreos.
Tecnologia de imagem médica adaptada à segurança
A mudança deve-se à introdução de scanners que utilizam tecnologia de tomografia computorizada semelhante à usada em contextos médicos. Esta tecnologia gera imagens em três dimensões que permitem aos agentes de segurança inspecionar a bagagem por camadas.
Estes equipamentos são capazes de identificar tanto explosivos sólidos como líquidos, dispensando a necessidade de regras rígidas quanto à quantidade e acondicionamento de líquidos transportados na bagagem de mão.
A Comissão Europeia confirmou que esta tecnologia autoriza os aeroportos a eliminar a atual limitação de líquidos. Contudo, cada aeroporto decidirá se e quando implementará a alteração da regra.
Implementação faseada na Europa
A nova regra não será aplicada de imediato em todos os países. Muitos aeroportos ainda não possuem o equipamento necessário ou têm limitações técnicas que impedem a mudança imediata de procedimentos.
A Associação dos Aeroportos Alemães adiantou que alguns aeroportos na Alemanha poderão em breve permitir o transporte de até dois litros de líquidos na bagagem de mão. Este valor representa uma alteração significativa face à regra atual dos 100 mililitros por recipiente.
Apesar desta possibilidade, a maioria dos passageiros alemães continuará a seguir as regras anteriores, devido à coexistência de equipamentos antigos e novos, bem como à falta de uniformidade no software dos sistemas.
Alemães mantêm limitações durante o verão
O aeroporto de Frankfurt, o maior da Alemanha, já instalou 40 scanners com esta nova tecnologia, segundo a plataforma noticiosa DW, e prevê adquirir mais 40. No entanto, devido à impossibilidade de determinar antecipadamente qual o scanner utilizado por cada passageiro, ainda não se aplicam alterações à política de segurança e a esta regra específica neste aeroporto.
No aeroporto de Munique, os dispositivos já se encontram instalados em grande número. No entanto, as atualizações de software necessárias foram adiadas para não afetar o período de viagens de verão.
Por isso, os passageiros continuam obrigados a colocar líquidos em sacos de plástico transparentes e seláveis, com capacidade máxima de um litro, em filas que ainda utilizam os equipamentos tradicionais.
Histórico da medida e desafios futuros
A regra dos 100 mililitros foi introduzida em 2006, na sequência de uma tentativa de atentado com explosivos líquidos a bordo de um avião. Desde então, a sua aplicação tem gerado confusão entre os passageiros, devido a orientações pouco claras e práticas inconsistentes.
Com cerca de 700 scanners baseados em tomografia já instalados ou em fase de instalação em aeroportos de 21 países da União Europeia, a possibilidade de rever a atual política de segurança está em cima da mesa.
Mudança depende da decisão local
Apesar da autorização da Comissão Europeia, a decisão de adotar ou não os novos procedimentos cabe a cada aeroporto individualmente. Isso significa que os prazos de implementação podem variar entre países e até entre diferentes terminais no mesmo país.
As autoridades europeias afirmam que a tecnologia é segura e que os testes adicionais exigidos no ano passado, após dúvidas quanto à fiabilidade, foram superados com sucesso.
Enquanto isso, os viajantes continuam sujeitos à regra atual. A recomendação mantém-se: líquidos transportados em bagagem de mão devem estar em frascos de até 100 mililitros, dentro de um saco plástico transparente com capacidade máxima de um litro.
Impacto para os passageiros e futuro da medida
A alteração poderá representar um alívio para os passageiros, que há muito criticam a rigidez e a confusão associadas à regra. A nova tecnologia tem o potencial de tornar o processo de controlo de segurança mais eficiente e menos demorado.
Contudo, enquanto houver corredores de segurança a funcionar com equipamento antigo, não será possível garantir a aplicação uniforme da nova abordagem.
Mesmo sem uma data exata para o fim da atual regra dos líquidos, o avanço tecnológico indica que a mudança será inevitável. A combinação entre segurança e eficiência operacional está no centro desta transformação.
Leia também: Pode levar multas superiores a 2.000€ por fazer churrascos em sua casa: conheça as situações e como o evitar
















