O tempo de discussão do Orçamento é um momento que constitui um desafio. Desafio, porque cada deputado é chamado a participar, através da apresentação de propostas de alteração ou de adendas ao Orçamento que constituam, legítimas, reivindicações do próprio, dos distritos que representam ou dos setores que, em função das comissões que integram, pretendam contribuir com propostas para o Orçamento do Estado (OE).
Mas este período de discussão e de apreciação do OE é o tempo para aferirmos a forma como o Governo vai resolver a situação do país e, sobretudo, a forma como o mesmo vai cumprir o que prometeu na campanha eleitoral.
“Os deputados do PSD, eleitos pelo Algarve, apresentaram propostas concretas no sentido de serem resolvidas questões inadiáveis para a região”
A este propósito, o Partido Socialista, ganhou as eleições do passado mês de janeiro com toda a clareza, aqui na região do Algarve. Ganhou com um programa concreto e com promessas concretas.Quem não se recorda de ouvir os candidatos do Partido Socialista dizerem “há condições para o Hospital Central do Algarve avançar nos próximos meses”, quem não se recorda de os candidatos do PS assumirem o compromisso de concretizarem “os investimentos de 200 milhões de euros inscritos no Plano de Eficiência Hídrica”. Assim como o “resgate da concessão da EN125”, de forma a ser possível avançar com as obras de requalificação.
Diga-se o que se disser, encontrem-se os argumentos que se encontrarem, a verdade é que nenhuma dessas promessas teve repercussão orçamental. Os deputados do PSD, eleitos pelo Algarve, apresentaram propostas concretas no sentido de serem resolvidas questões inadiáveis para a região. Propusemos a redução do valor das portagens em 50%, tal como António Costa prometeu fazer em 2015. Propusemos, ainda, o resgate da concessão da EN125 e a conclusão das suas obras, em linha com o compromisso que defendemos nas passadas eleições legislativas, assim como uma proposta programática que assentava no lançamento do concurso para o Hospital Central do Algarve até ao final do mês de junho.
Estas propostas estavam também no programa do Partido Socialista. Ainda assim, as mesmas obtiveram o voto contra de todo o grupo parlamentar do PS. Dos deputados do PS eleitos pelo Algarve, tivemos ainda o silêncio.