Nas últimas duas semanas, o Parlamento assistiu às audições dos diferentes ministros no que respeita à discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2023. Naturalmente que a temática do debate incide sobre o conteúdo de cada pasta previsto no orçamento, mas é ainda alimentada pela ordem do dia.
Uma das temáticas nacionais, ao longo deste tempo, foi a troca de cadáveres no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), mais concretamente no Hospital de Faro. Nem a alteração de nome, pomposa, diga-se de passagem, serviu para mascarar as trapalhadas que existem neste hospital e, fundamentalmente, a falta de resposta do mesmo aos cidadãos, algarvios e turistas.
“Os episódios lamentáveis acumulam-se (…). Desde a troca de cadáveres, que levou à cremação indevida de um deles, a cinco (!) cadáveres trocados e entregues, erradamente, às famílias, à morte de um paciente, esquecido na casa de banho, ao paciente que se suicidou atirando-se pela janela devido à falta de segurança”
Aliás, a propaganda socialista há muito que procura mascarar o que lá se passa com a retórica, da defesa da saúde pública e, de forma populista, aqui e acolá, acusando o PSD de pretender privatizar a saúde. A verdade é que já não dá para disfarçar mais. Os episódios lamentáveis acumulam-se e tornam indisfarçável a situação verdadeiramente insustentável da saúde no Algarve. Desde a troca de cadáveres, que levou à cremação indevida de um deles, a cinco (!) cadáveres trocados e entregues, erradamente, às famílias, à morte de um paciente, esquecido na casa de banho, ao paciente que se suicidou atirando-se pela janela devido à falta de segurança, … Já não descrevemos aqui tudo aquilo que se tem escrito quanto às filas de espera nas consultas de especialidade e cirurgias. Também nem falamos do aumento de utentes sem médico de família e da promessa do novo Hospital Central do Algarve, que inaceitavelmente não tem a repercussão devida neste Orçamento do Estado.
Que mais será necessário para o Governo olhar com seriedade para o seríssimo problema que temos na saúde da região?
No entanto, na audição ao Ministro da Saúde, quando confrontado com todas estas questões, o mesmo respondeu com sarcasmo e arrogância às questões levantadas pelos deputados do PSD do Algarve. Aliás, este ministro antes de o ser parece que já o era. Iniciou funções, com velhos costumes, com desgaste e com a arrogância característica do cansaço da governação.
Os problemas na saúde do Algarve, há muito que são crónicos e crónicos são, também, os problemas dos algarvios para acederem a uma com qualidade na região. E o que fazer? Deixo a reflexão para o leitor e qualquer sugestão é só enviarem um email.