A fábrica de conservas de peixe em molhos de Matosinhos, situava-se na freguesia e concelho de Matosinhos, distrito do Porto. Foi autorizada a construir na freguesia e concelho de Matosinhos, por transferência da fábrica de Lagos por despacho ministerial de 28-11-1959 e por carta da Direcção Geral dos Serviços e Indústria de 16-5-1960 para o gerente da firma Júdice Fialho «a instalar na fábrica de conservas de peixe em molhos, em curso de construção no concelho de Matosinhos, por transferência de Fábrica de Lagos, conforme autorização concedida por despacho ministerial de 28 de Novembro de 1959…».
A Júdice Fialho & Companhia L.da, instala primeiramente uma fábrica de conservas de peixe na década de 40, no pavilhão da ala Sul da rua Sousa Aroso n.º 101, esquina com a rua Brito Capelo, que lhe fora alugada pela firma Dias, Araújo & C.ª L.da, enquanto construía um edifício de raiz entre 1959-1960, no gaveto da rua Sousa Aroso n.º 648 e 674 com a avenida Comendador Ferreira de Matos, n.º 629 e 639.
Nesta localidade possuía uma razoável frota de pesca, constituída por diversos barcos, como o: Portugal I, Portugal 4º, Portugal 6º e Portugal 7º, para a pesca no norte do País.1
Em 31-3-1988, esta empresa foi comprada conjuntamente com a fábrica de Peniche pelo grupo americano H. J. Heinz Company. Em 1992, a unidade fabril de Matosinhos com cerca de 6.500 m2, começa a ser desativada e encerrada nesse ano, devido à falta de peixe e dificuldades de escoamento da produção, transferindo-se toda a operação para Peniche.2
Na planta de conjunto datada de 1959, destaca-se na zona A: quintal, entrada do peixe e pessoal, estendal de redes; e na zona B: alcatroamento de redes.
Na zona A, Piso 1, à esquerda de cima para baixo temos as seguintes secções: limpeza e encaixotamento, quintal, armazém de cheio, hall (residências), máquina de lavar latas, esterilizantes, casa das caldeiras, cozedores, máquina de lavar grelhas, casa do sal, entrada geral, cravadeiras, máquinas de azeitar, hall (escritórios), depósitos de azeite, secção de enlatamento, secção de descabeço, pios de mouras; do lado direito: entrada privativa da fábrica e estendal de redes. Na zona A, Piso 2, da esquerda de cima para baixo: quartos, sala comum, costura, banho, hall, cozinha, sala comum, banho, costura, quartos, arquivo, expediente, público, gerência, hall, sala de espera, administração; à direita: quintal, armazém de cheio, casa das caldeiras, depósito de grelhas, mouras, entrada, depósito de vazio; em baixo: depósito de vazio.
Na zona B, Piso 1, temos à esquerda: garagem, escritório, oficina, forja, ferramentas, sanitários, refeitório-homens, creche, cozinha, médico, corredor, arrecadação, refeitório-mulheres, sanitários; à direita: alcatroamento de redes, estendal de redes. Na zona B, Piso 2, temos à esquerda: garagem, armazém de redes; e à direita: alcatroamento de redes, estendal de redes.
1cf. Para a fábrica de conservas de peixe em molhos de Matosinhos, consulte-se a monografia de Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes – João António Júdice Fialho (1859-1934) e o Império Fialho (1892-1981), Lisboa: Academia dos Ignotos, 2022, pp. 68-71; Josué Gomes Fernandes Tato – Memória da Indústria Conserveira de Matosinhos, Leça da Palmeira e Parafita: 1899-2007, Matosinhos: Câmara Municipal, 2008, pp. 100-101; este autor refere erradamente que a fábrica de Matosinhos encerrou em 1986, sendo construído um edifício moderno; esta fábrica apenas foi desativada e encerrada em 1992.
2cf. Noticias de Gondomar de 31-1-1992 e a Capital de 10-2-1992, p. 19.
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