É já nesta noite de sábado, dia 9 de novembro, que Ana Markl e Tânia Graça apresentam pela primeira vez no Algarve o seu espetáculo “Voz de Cama” – conversas descomplicadas sobre relações e sexualidade.
Em entrevista ao Postal do Algarve, as duas comunicadoras falam sobre a expectativa de atuar em Albufeira, o sucesso do formato pergunta/resposta, e a sua missão de desmistificar temas tabu de forma leve e inclusiva.
Esta é a primeira vez que trazem ‘Voz de Cama’ ao Algarve. O que esperam do público de Albufeira e como foi preparada esta apresentação especial?
Tânia: Não desfazendo nenhum dos outros lugares em que já estivemos com o Voz de Cama ao vivo, mas este, para mim, tem um gostinho especial: sou algarvia e queria muito trazer o nosso espetáculo ao Sul. A minha família e amigos já têm todos bilhetes, mas quero lá o Algarve inteiro, do Barlavento ao Sotavento!
Temos a certeza que será um público muito especial, mostrando que o quentinho que se faz sentir aqui não é só nas temperaturas, mas também no coração.
Ana: Por empréstimo das origens da Tânia, e por memórias de verões da minha infância, sinto um especial gosto em levar este espetáculo a Albufeira. O Algarve é vítima da sazonalidade, o que é muito injusto para quem lá vive, que merece mais eventos como este, sobretudo eventos que levem mensagens importantes e que façam com que toda a gente se sinta menos só nas suas angústias amorosas e sexuais.
O formato pergunta/resposta é um dos pilares do vosso espetáculo. Como lidam com as inquietações e dúvidas dos espectadores, especialmente em temas considerados ainda tabus na nossa sociedade?
Tânia: Este formato permite-nos ter acesso a situações de vida reais, a dificuldades e dúvidas que podiam ser de qualquer uma ou qualquer um de nós. Acredito que é também isso que torna o programa tão rico. O feedback que temos de quem ouve é que, mesmo que aquela história não seja exatamente a sua, há sempre pontos em que se identificam, refletem e aprendem. É muito gratificante sentir a confiança de quem nos escreve a partilhar as suas vidas. Todas as histórias nos tocam de alguma forma, às vezes até de formas muito profundas. Diria até que será mais difícil lidar com esta parte, do que propriamente com o facto de serem temas tabus. Esses, temos todo o prazer em desconstruir.
Ana: Não há nada como ouvirmos as grandes dúvidas e angústias da boca de quem as sofre. Isso faz com que nós, que estamos ali para ajudar os nossos ouvintes, humanizemos os problemas e sintamos uma maior empatia. E quem nos ouve, ao saber que aqueles problemas são reais, sentem-se menos sozinhos.
Desde a estreia em janeiro, ‘Voz de Cama’ tem registado um grande sucesso em várias cidades. Na vossa opinião, a que se deve esta grande adesão e interesse do público?
Tânia: Na minha opinião, há uma mistura de três fatores que vêm também do podcast.
São abordados temas importantes, de que todos queremos ouvir falar. Porque relações e sexualidade interessam a toda a gente e porque, como são ainda temas tabu, raramente se fala deles abertamente.
Os temas são trazidos através de histórias alheias, e se há coisa que toda a gente gosta, nem que seja um bocadinho, é de ouvir falar dos dramas dos outros. Até porque lá está, somos todas e todos tão parecidos que, depois, o drama do outro acaba por ser o meu também.
Por fim, a abordagem leve e descontraída, com sentido de humor, que mistura a visão de uma psicóloga-sexóloga, e de uma radialista, comunicadora e sapiente da vida, fecham o combo perfeito. Uma noite divertida, mas de reflexões importantes que levamos para casa e para a vida.
Ana: Acho que, além de tudo o que já referimos, a nossa dinâmica é a chave. As pessoas foram começando a conhecer-nos mais intimamente, não só pelas nossas opiniões e histórias pessoais, mas também pela amizade que fomos construindo uma com a outra. Ao fim de três anos – e sem prejuízo para a seriedade do conteúdo – nós somos ouvidas como duas amigas a falar da vida. E as pessoas sentem que, de certa forma, também somos amigas delas.
Ambas têm carreiras distintas, mas complementares. Como surgiu a ideia de unir os vossos talentos para criar um espetáculo que alia humor, educação e temas sensíveis?
Tânia: Eu já era fã da Ana Markl há vários anos, desde a época em que ela fazia o Esquadrão do Amor no Canal Q. Um programa inovador e subversivo para a época, que falava, precisamente, de relações e sexualidade. Eu era, na altura, estudante de Psicologia, já muito interessada sobre estas temáticas, e lembro-me do programa me agarrar tanto que muitas vezes procrastinava o estudo para exames por ficar a ver. Como é óbvio que a Tânia estudante jamais imaginava um dia vir a trabalhar com a Ana Markl.
Vários anos mais tarde, já eu era psicóloga-sexóloga e criava conteúdos para o Instagram, quando, no verão de 2021, fui convidada para ir às Manhãs da 3. Eu e a Ana não nos cruzámos porque era altura da pandemia e ela fazia a partir de casa, mas trocámos umas mensagens depois disso e ela disse que havíamos de fazer um podcast. Como é obvio, fiquei em êxtase! Como assim ia trabalhar com uma ídola?! Fizemos a proposta à Antena 3, acabou por ser aceite e construímos a cada episódio, não só este podcast, mas a nossa amizade. Acho que temos muitos pontos em comum: valores, ideais, sentido de humor e uma genuína vontade de refletir e ajudar as pessoas nas suas aflições. A verdade é que, aparentemente, tem resultado!
Ana: Resume-se a isto: uma comunicadora com gosto por falar de relações conheceu uma psicóloga-sexóloga com gosto por comunicar. E fez-se magia!
Cada sessão de ‘Voz de Cama’ conta com convidados especiais. Podem levantar o véu sobre o que o público algarvio pode esperar nesta noite em Albufeira?
Só por ser para vocês, aqui vai em primeira mão: estará connosco no palco uma artista que cresceu no Algarve, a Áurea.
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