O sucesso de qualquer produto turístico começa na qualidade da sua promoção e no funcionamento do alojamento.
Neste sentido, a promoção turística deve promover um produto concreto, e ser articulada com as redes de comercialização e distribuição conhecidas, de forma a atingir o potencial consumidor.
Tudo isto porque os canais de distribuição e a promoção são os pilares da ponte que faz a ligação entre o produto e o mercado. Porém, e sem um verdadeiro conhecimento do produto e do mercado, a promoção, só por si, não passa de uma ponte para lado nenhum. Daí que importe unir de uma forma correcta o produto ao mercado numa relação qualidade/preço positiva e rentável.
Numa economia de mercado, o preço resulta do encontro entre a oferta e a procura, embora existam mecanismos destinados a influenciar esta realidade objectiva, nomeadamente a promoção, enquanto uma das armas mais importantes do marketing.
“Sem uma descentralização efectiva, aliada a uma boa organização dos órgãos responsáveis pela promoção e uma articulação entre sector público e sector privado, a promoção, tal como a conhecemos, é pouco mais que coisa nenhuma”
É por estes motivos que a estratégia promocional deve privilegiar o consumidor final e ter por base o produto, imprimindo-lhe assim uma vertente comercial, o que implica uma melhor elaboração, estruturação e, sobretudo, realização, de modo a não frustrar as expectativas dos utilizadores finais face às mensagens transmitidas.
A promoção turística portuguesa é normalmente apontada pelos meios turísticos e empresariais como o calcanhar de Aquiles do turismo nacional, sendo uma das áreas em que mais se justifica uma colaboração estreita entre sector público e sector privado. Acresce que a promoção da imagem do País no exterior é uma questão de soberania, logo da responsabilidade do Estado.
O que mais ressalta é a necessidade de se apoiar a consolidação das diferentes marcas, com especial destaque para o Algarve, a maior e mais importante região turística portuguesa, no respeito integral pelas conclusões técnicas e científicas dos vários Planos aprovados e, infelizmente, pouco ou nada implementados, incluindo a necessidade de um Programa de Promoção Específico direccionado para a sazonalidade.
Para isso, torna-se indispensável criar uma identidade própria e diferenciada da oferta turística regional, através, nomeadamente, de um modelo de desenvolvimento que conjugue num projecto comum a diversificação e diferenciação de produtos específicos, aproveitando-se mais e melhor os bens territoriais, por forma a obter vectores visíveis de qualidade e diferenciação relativamente a outros mercados concorrentes.
Por outro lado, as verbas disponibilizadas para a promoção turística portuguesa devem ser alocadas às diferentes regiões/marcas turísticas em função do seu peso na oferta global do país, embora a promoção, enquanto princípio geral, seja sempre insuficiente.
Nesta linha de preocupações, tem lógica e faz sentido, uma reorganização das actuais ARPT’s (Agências Regionais de Promoção Turística), demasiado dependentes das RT’s (Regiões de Turismo) e organismo central (Turismo de Portugal) e, por conseguinte, das suas estratégias nacionais.
Continuar a concentrar os meios financeiros disponíveis em subsídios a Operadores Turísticos, Companhias Aéreas e à participação em Feiras de Turismo, dificilmente pode ser considerado promoção turística.
A promoção deve passar a ser entendida como um recurso indispensável na cadeia de valor das empresas, das regiões e dos países e, portanto, de uma importância inegável no cumprimento desta estratégia.
Apesar do fenómeno da globalização, a força da diferença induzida pelas culturas e produtos turísticos regionais continua a exercer uma influência dominante na opção de compra dos consumidores, especialmente na actividade turística, pelo que a promoção desempenha um papel crucial e decisivo na sua divulgação e, por essa via, no seu aumento competitivo.
Finalmente, é preciso termos bem presente que a melhor promoção é a que decorre do grau de satisfação daqueles que nos visitam, transformando-os em potenciais promotores junto de familiares e amigos. A promoção “boca a orelha” é das mais eficazes e a que envolve menores custos financeiros.
Contudo, sem uma descentralização efectiva, aliada a uma boa organização dos órgãos responsáveis pela promoção e uma articulação entre sector público e sector privado, a promoção, tal como a conhecemos, é pouco mais que coisa nenhuma.
* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico