O Carnaval de Loulé regressa entre domingo a terça-feira à cidade algarvia com 14 carros alegóricos, 10 grupos de animação e três escolas de samba, após dois anos de interrupção devido à pandemia de covid-19.
Apresentado pela autarquia como “o mais antigo corso do país”, a edição de 2023 desta festa popular significou um investimento “mais de 400 mil euros” inscrito no orçamento municipal, prevendo-se um impacto “substancial” na economia nesta época baixa do turismo algarvio.
“São muitos milhares de turistas que acorrem ao Carnaval de Loulé, conhecido internacionalmente. A restauração, as camas hoteleiras, os alugueres de transportes vão estar numa grande azáfama a laborar o que vai ter com certeza um impacto na nossa economia local bastante positivo, como é habitual”, disse o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo.
A expectativa da autarquia é que este ano haja um acréscimo no número de visitantes, que por norma ronda entre os 60 e os 80 mil, nos três dias do evento.
Segundo a Câmara, o desfile de domingo a terça-feira no “sambódromo louletano”, na avenida José da Costa Mealha, vai contar “14 carros alegóricos, 10 grupos de animação, três escolas de samba, cabeçudos, gigantones, num total de perto de 600 animadores”.
A candidatura a Geoparque, que em breve os municípios algarvios de Loulé, Albufeira e Silves irão apresentar junto da Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO), e o achado paleontológico que a inspirou, uma salamandra gigante com 227 milhões de anos, servem de tema à edição deste ano, que decorre sob o mote “Ó Zé… Já viste o Algarvensis?”.
“No Carnaval os louletanos brincam com tudo, até com uma descoberta única no mundo como esta, o Metoposaurus Algarvensis”, afirmou o presidente da autarquia.
Para colorir o cortejo, já foram adquiridas “toneladas de confetes” e está a ser confecionado cerca de um milhão de flores de papel que serão coladas aos carros.
Por outro lado, perto de meia centena de bonecos de figuras bem conhecidas estão a ser concebidas pelo criativo Paulo Madeira, com caricaturas de António Guterres, Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky, Marcelo Rebelo de Sousa, Greta Thunberg, António Costa e muitos outros “convidados”.
A edilidade também avança que “esta sátira à moda louletana” irá ter “um só rei, Carlos III, o sucessor de Isabel II na coroa britânica.
“Este ano há grande entusiasmo, uma ansiedade por voltar a ter a alegria, música, cor, os turistas, a luz daquela avenida com os carros alegóricos”, sublinhou Vítor Aleixo.
O programa da edição de 2023 arranca na manhã de sexta-feira, com o desfile das crianças das escolas que marcam presença no Carnaval Infantil nas freguesias de Loulé, Quarteira, Almancil ou Boliqueime.
“No Carnaval os louletanos brincam com tudo”
“No Carnaval os louletanos brincam com tudo, até com uma descoberta única no mundo como esta, o Metoposaurus Algarvensis”, apontou Vítor Aleixo.
Vítor Aleixo recordou os tempos antigos, em que, em vez desta Oficina e dos funcionários municipais, era a população quem confecionava os carros. “Eram organizados não num armazém como este… Cada bairro da cidade, cada freguesia do concelho, cheia de orgulho, competia para saber quem é que trazia ao desfile o carro mais bonito. Eram as pessoas que cerravam, pregavam, colavam as flores…”, lembrou.
Mas se esta foi uma tradição que se perdeu, as outras estão bem vivas e o Carnaval de Loulé “continua de boa saúde e cada vez a atrair mais pessoas”. E este ano pode mesmo haver um acréscimo no número de visitantes – que por norma ronda entre os 60 e os 80 mil – já que o interregno de dois anos deixou saudades.
O impacto na economia prevê-se que, mais uma vez, seja substancial, nesta que ainda é a época baixa do turismo algarvio. “São muitos milhares de turistas que acorrem ao Carnaval de Loulé, conhecido internacionalmente. A restauração, as camas hoteleiras, os alugueres de transportes vão estar numa grande azáfama a laborar o que vai ter com certeza um impacto na nossa economia local bastante positivo, como é habitual”.
O bilhete de entrada no corso tem um valor simbólico de 2 euros e as receitas revertem, em 50%, para as 10 associações que vão desfilar, sendo os restantes 50% atribuídos a IPSS do concelho.