O restaurante Belcanto (Lisboa), do português José Avillez subiu 21 posições para o 25.º lugar da lista dos 50 melhores do mundo, que este ano é encabeçada pelo Central (Lima, Peru).
“José Avillez oferece uma visão da cozinha portuguesa contemporânea, em que cada prato conta uma história, seja sobre o país, as origens do restaurante ou o próprio chef”, definiu a lista World`s 50 Best, numa cerimónia que decorreu hoje à noite em Valencia, Espanha.
Belcanto conquista duas estrelas Michelin
O Belcanto, também distinguido com duas estrelas Michelin (“cozinha excelente, vale a pena o desvio”), está classificado em 46.º lugar na edição do ano passado. Em 2019, entra para a lista dos primeiros 50 em 2019, para o 42.º lugar. Em 2021, continua na mesma posição (em 2020 a lista não houve divulgação, devido à pandemia de covid-19).
O restaurante lisboeta mantém-se assim como o único restaurante português na lista dos 50 melhores. Assim como na segunda metade da lista, do 51.º ao 100.º.
“Trabalhamos muito todos os dias e sentimos que estamos cada vez melhores, mais criativos, mais consistentes, mais unidos como equipa. Mas subir mais de 20 posições na mais importante lista de restauração do mundo é algo incrível. Ser o 25.° melhor restaurante do mundo nem sei o que isso quer dizer”, disse José Avillez à Lusa.
Para o chef, este prémio e subida refletem “também a relevância crescente que Portugal, a sua gastronomia e chefs têm tido”.
“Como sempre, é uma distinção de toda a minha equipa, da minha cidade e de todo o país, e de todos os cozinheiros portugueses pelo mundo”, salientou.
O primeiro classificado da lista deste ano é o restaurante peruano Central (2.º no ano passado), de Virgilio Martínez e Pía León.
“Há mais de uma década, tem divulgado os produtos do seu país, celebrando assim a sua diversidade e criando uma memória doce e profundamente memorável para os seus clientes”, descreveram os organizadores.
Lista é encabeçada pelo restaurante peruano Central
Virgílio Martinez, que subiu ao palco com uma parte da sua equipa, disse que no mundo atual, “as coisas estão a mover-se muito depressa”. Mas o foco do Central é portanto “dar consistência e credibilidade a esta indústria, a partir da América do Sul, do Peru”.
“Isto não é sobre ser o número um, não é sobre competição ou sobre ser o melhor, é sobre o que fazemos todos os dias, adoramos o que fazemos, e [sobre] continuar a conquistar os nossos bonitos objetivos e simplesmente procurar a verdade”, disse o chef.
Ao segundo lugar subiu o Disfrutar (Barcelona), dos chefs Oriol Castro, Mateu Casañas e Eduard Xatruch (terceiro lugar na edição do ano passado). Já o DiverXo (Madrid), de Dabiz Muñoz, ascendeu à terceira posição (4.º em 2022).
Na edição deste ano, o restaurante Table by Bruno Verjus (Paris) entrou diretamente para 10.º lugar da lista, o que lhe mereceu a distinção da entrada nova mais elevada. Elena Reygadas, do restaurante Rosetta (Cidade do México), recebeu igualmente o prémio de melhor chef feminina.
Criada em 2002 pela revista britânica Restaurant, a escolha dos melhores restaurantes do mundo conta assim com os contributos de 1.080 especialistas em gastronomia.
Em suma, a publicação procura “revelar alguns dos melhores destinos para experiências culinárias únicas. Além de ser um barómetro para tendências gastronómicas globais”, segundo os promotores.