A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais à do mês anterior, confirmou esta quarta-feira o INE.
“Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 30 de novembro”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em novembro, o indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação homóloga de 7,2%, taxa superior em 0,1 pontos percentuais à registada em outubro e “o valor mais elevado registado desde dezembro de 1993”.
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos situou-se em 24,7% (contra 27,6% do mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados registou a variação de 18,4% (0,5 pontos percentuais abaixo do mês anterior), contra a aceleração registada nos produtos alimentares transformados, com uma variação de 16,8% (14,1% em outubro).
Por classe de despesa e face ao mês anterior, o INE destaca os aumentos das taxas de variação homóloga de ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, da ‘saúde’ e das ‘bebidas alcoólicas e tabaco’, com variações de 20,0%, -2,3% e 3,8%, respetivamente (18,6%, -3,2% e 3,0% no mês anterior).
Em sentido oposto, as classes ‘transportes’ e ‘restaurantes e hotéis’ abrandaram para, respetivamente, 7,9% e 12,8% (9,9% e 16,3% no mês anterior).
Em novembro, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC, destacam-se ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, ‘habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’, ‘transportes’ e ‘restaurantes e hotéis’, enquanto a ‘saúde’ registou o único contributo negativo.
Comparando com o mês precedente, salienta-se o aumento da contribuição para a variação homóloga do IPC dos ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’.
Em sentido contrário, é destacada a redução das contribuições das classes dos ‘transportes’ e dos ‘restaurantes e hotéis’. Segundo o INE, em novembro a variação mensal do IPC foi de 0,3% (1,2% em outubro e 0,4% em novembro de 2021), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi 7,3% (6,7% em outubro).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), apresentou uma variação homóloga de 10,2% em novembro, inferior em 0,4 pontos percentuais à do mês anterior e superior em 0,2 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em outubro, a taxa em Portugal tinha sido idêntica à da área do Euro).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 8,1% em novembro (8,0% no mês anterior), superior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 6,6%), apresentando “um perfil ascendente muito pronunciado nos últimos meses”, precisa o INE.
Em setembro, o IHPC registou uma variação mensal nula (1,1% no mês anterior e 0,3% em novembro de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 7,5% (6,9% no mês precedente).