A partir de maio, entra em vigor uma nova legislação europeia que vai afetar diretamente o consumo de eletricidade em milhões de casas portuguesas. O objetivo? Reduzir o gasto de energia dos aparelhos que, mesmo desligados, continuam a consumir eletricidade sem que ninguém repare. Saiba mais sobre estas novas regras da União Europeia (UE).
Mudanças no uso de energia em aparelhos de casa
Trata-se de uma revisão profunda das normas anteriores sobre consumo em “modo de espera”, ou standby, aplicada a uma vasta gama de equipamentos domésticos e de escritório. A medida vem no seguimento do Regulamento da União Europeia 2023/826 e promete mudanças concretas no uso de energia em aparelhos que temos por casa todos os dias.
Uma fuga de energia que custa caro
Muitos dos dispositivos que usamos continuam a gastar eletricidade mesmo quando estão “desligados”, refere a Executive Digest. Televisões, carregadores, routers, impressoras e outros equipamentos mantêm-se em standby, prontos a serem usados de imediato. Mas essa prontidão tem um preço: pode representar até 10% da fatura de eletricidade de uma família.
Com as novas regras, esse consumo invisível vai ser fortemente limitado, refere a mesma fonte. Equipamentos sem visor informativo não poderão ultrapassar os 0,5 watts em standby. Já os que têm visor, como relógios digitais ou ecrãs informativos, poderão consumir até 0,8 watts.
A poupança que pode chegar aos 100€ por ano
Segundo o site polaco Warszawa w Pigułce, citado pela própria Executive Digest, esta medida poderá traduzir-se numa poupança anual até 100 euros por família. Parece pouco? Multiplicado por milhões de lares europeus, o impacto económico e ambiental é significativo.
A Comissão Europeia estima que, até 2030, esta mudança poderá evitar o consumo de cerca de 35 terawatts-hora por ano. Para se ter uma ideia, isso equivale ao que um país como a Dinamarca consome num ano inteiro.
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Que aparelhos vão ser afetados?
Esta nova regulamentação da UE aplica-se a vários tipos de equipamentos, sobretudo os que tradicionalmente ficam muito tempo ligados à corrente mesmo sem estarem a ser utilizados.
Estão incluídos:
- Equipamentos eletrónicos de consumo, como televisores, descodificadores, routers e modems;
- Equipamentos de escritório, como impressoras, fotocopiadoras e máquinas multifunções;
- Estações de carregamento de veículos elétricos, que agora terão de garantir maior eficiência mesmo quando não estão a carregar;
- Dispositivos motorizados, como secretárias ajustáveis, cortinas automáticas e outros elementos de casas inteligentes.
Impacto nas empresas e nos consumidores
Para as empresas que produzem ou vendem este tipo de dispositivos, será necessário adaptar os produtos aos novos limites energéticos. Os novos modelos terão de cumprir estas normas obrigatoriamente a partir de maio de 2025.
Do lado dos consumidores, não será necessário substituir os aparelhos que já têm em casa. A regra aplica-se apenas aos produtos novos que entrem no mercado europeu após a entrada em vigor da lei. No entanto, é recomendável verificar o consumo de energia de certos equipamentos, especialmente os mais antigos.
Rumo a uma energia mais inteligente
Esta é mais uma medida inserida na estratégia da UE para a transição energética e sustentabilidade ambiental. Ao reduzir o desperdício invisível, a UE pretende não só aliviar as carteiras dos cidadãos, mas também reforçar o compromisso com um consumo mais consciente e eficiente.
Mesmo que seja uma mudança “silenciosa”, o impacto poderá ser expressivo, tanto na fatura da luz como no esforço coletivo para poupar energia.
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