O primeiro dia da paralisação parcial de duas horas diárias dos carteiros de Faro, para reivindicarem melhores condições de trabalho, registou esta terça-feira uma adesão de 60%, disse à Lusa fonte sindical.
“A adesão à paralisação foi de 60% por cento, tal como tínhamos estimado aquando do plenário dos trabalhadores”, disse à Lusa José Oliveira, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).
A paralisação parcial, que vai decorrer diariamente entre as 08:30 e as 10:30, até ao dia 07 de fevereiro, foi decidida na segunda-feira em plenário dos trabalhadores do Centro de Distribuição Postal (CDP) de Faro e decretada por aquele sindicato.
Segundo José Oliveira, os trabalhadores do Centro de Distribuição Postal da capital algarvia, reivindicam da empresa CTT, “melhores condições de trabalho, nomeadamente a contratação de mais profissionais e a alteração dos giros, de forma a assegurarem uma distribuição do serviço postal com qualidade naquela cidade”.
O sindicalista adiantou que durante o período da paralisação, os carteiros distribuíram à população de Faro “documentação onde explicam as razões da greve, que, acima de tudo, tem a ver com a melhoria da qualidade do serviço que prestam”.
Os carteiros – que adiaram a paralisação que hoje se iniciou – reivindicam a contratação de mais seis profissionais para assegurar a distribuição postal em Faro e queixam-se de sobrecarga de trabalho, o que afeta depois a distribuição de correio na capital algarvia.
Esta é a segunda alteração da greve, depois de, no dia 30 de dezembro, também em plenário, os trabalhadores terem adiado a paralisação devido ao cumprimento de quarentenas por causa da pandemia de covid-19, que impediram a realização de uma reunião e o cumprimento dos prazos legalmente previstos para manter essa greve, justificou na ocasião Jorge Costa, do SNTCT.
Este dirigente sindical explicou que, em Faro, “foram eliminadas seis áreas de distribuição” e “diminuídos os números de giros”, sobrecarregando o trabalho dos carteiros, que passaram a ter “mais ruas e mais correspondência para distribuir” e “muitas vezes não conseguem completar o trabalho”.
“Isto faz com que fiquem cartas por distribuir, incluindo correio registado”, lamentou o dirigente do SNTCT, reivindicando a “contratação de mais seis profissionais” e exigindo “respeito pelos trabalhadores e pela população”, que também é “penalizada com o atraso na distribuição”.
A situação “é ainda agravada quando algum trabalhador se ausenta”, acrescentou, sublinhando que a entrega de cartas “fora do prazo acontece todos os dias”.
A Lusa contactou os CTT para obter uma reação à greve dos carteiros de Faro, mas não obteve qualquer resposta, até ao momento.