Alguns supermercados na região da Grande Lisboa, Setúbal e no Algarve encerraram e outros funcionaram a meio-gás devido à greve dos trabalhadores do comércio, por melhores salários e horários, disse este domingo à Lusa fonte sindical.
“A greve fez-se sentir um pouco por todo o país”, afirmou a presidente do Cesp – Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Filipa Costa, adiantando que “há descontentamento por parte dos trabalhadores. Este fez-se sentir e tem a ver com os baixos salários e os horários de trabalho”.
Este domingo, véspera de Natal, realizam-se em simultâneo duas greves em Portugal, uma de trabalhadores do comércio, convocada pelo Cesp, sindicato afeto à CGTP, e outra nas empresas de distribuição, marcada pelo Sitese – Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio e Serviços, afeto à UGT, e que se iniciou no sábado.
A adesão à greve marcada pelo Cesp – começou às 00:00 e termina às 23:59 – tendo-se feito sentir nas lojas Minipreço de Lisboa, Setúbal e Algarve, no Intermaché da Moita, no shopping Rio Sul no Seixal, no fecho da Galp em Braga e na peixaria e nas gasolineiras do Auchan em Setúbal.
No sábado, o presidente do Sitese, Pedro Lopes, afirmou à Lusa que a adesão era “forte”, mas que por ser uma greve de dois dias, no domingo, o impacto ao nível das equipas de trabalho “seria maior”.
Por seu lado, no sábado, fonte oficial da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) disse à Lusa que os seus associados não tinham registado, até então, “nenhuma perturbação no normal funcionamento da operação das suas lojas” e que os consumidores estavam a ter “uma afluência tranquila” para esta época do ano.
Questionada a APED sobre o impacto da greve deste domingo, não foi possível obter qualquer esclarecimento até ao momento.
Na semana passada, o Sitese anunciou uma greve nas empresas de distribuição para 23 e 24 de dezembro, em protesto contra a falta de atualização da tabela salarial, apesar do ano “muito lucrativo”.
Em comunicado, o Sitese questionava como era possível que depois de um ano que se verificou ser “muito lucrativo”, as empresas e os seus representantes quisessem “[também] manter as injustiças que diariamente se verificam nos locais de trabalho, com as funções acumuladas indevidamente, o desrespeito pela antiguidade, a desorganização de horários, folgas e férias”.
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