O presidente do Governo dos Açores anunciou esta sexta-feira um ‘voucher’ de 35 euros a quem visite e pernoite na ilha de São Jorge, assegurando “total prontidão e capacidade de resposta” das forças no terreno no âmbito da crise sismovulcânica.
“O posto de turismo estará preparado para entregar o ‘voucher’ para os visitantes usarem na sua deslocação, em qualquer despesa. Quem se desloque a São Jorge, com pernoita, terá este voucher de 35 euros. Sem burocracia. Parece-nos um estímulo justo e adequado”, adiantou José Manuel Bolieiro, em São Jorge, explicando ser uma medida para incentivar o turismo naquela ilha do arquipélago açoriano.
O presidente do Governo Regional dos Açores, que esta sexta-feira regressou a São Jorge, falava aos jornalistas após o ‘briefing’ sobre a crise sismovulcânica, que começou em 19 de março e que, até às 16h00, teve 29.974 abalos registados pelo Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) e 256 sentidos pela população.
Questionado pelos jornalistas sobre as reivindicações de mais apoios por parte das associações empresariais, o chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM notou que “os pedidos têm de ser justos, comprovados e adequados”, assegurando estar “atento” ao evoluir das “perdas de rendimento” ou “sobrecustos” relacionados com a crise sismovulcânica.
“Aceito que representantes dos empresários alertem, não podem é criticar. Não há nenhuma negação. Há uma vigilância para ser justo e adequado. Nem sempre os pedidos são justos. Os pedidos têm de ser justos, comprovados e adequados. O Governo [Regional] estará atento”, afirmou.
O chefe do executivo insistiu ainda na necessidade de “normalidade com responsabilidade e vigilância” por parte de residentes e visitantes, devido a uma “maior tranquilidade quanto à capacidade instalada” de meios no terreno para eventual reação em caso de um abalo de maior magnitude ou de erupção vulcânica.
José Manuel Bolieiro admitiu que, em relação ao início da crise, há hoje “o mesmo grau de incerteza em relação à componente da natureza”, embora se registe uma “menor frequência” de abalos e registos de “baixa energia libertada”.
“Estamos a trabalhar para que, quem tenha interesse em visitar São Jorge, poder ter informação e assumir, por responsabilidade própria, a sua vigilância e o seu sentido de alerta”, observou. De acordo com o chefe do Governo Regional, “a normalidade não dispensa a responsabilidade própria para saber reagir em qualquer situação”.
O líder do executivo açoriano destacou ainda o trabalho do CIVISA, explicando que a monitorização desenvolvida permite “uma informação detalhada e segurança na informação a transmitir às populações”. A atividade sísmica na ilha de São Jorge tem estado “acima do normal” ao longo de uma faixa desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno, na Silveira.
O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21h56. A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.