Em Portugal, o anfitrião típico do Airbnb só tem uma propriedade na plataforma, e tira do arrendamento de curta duração uma média de 4900 euros anuais, segundo dados divulgados esta quinta-feira, 26 de maio, pela plataforma norte-americana mais conhecida de alojamento local.
De acordo com o comunicado da empresa, 51% das pessoas que recorrem ao Airbnb para arrendarem as suas propriedades são mulheres, 71% só tem um anúncio, e auferem em média 4900 euros por ano.
A Airbnb refere que 30% dos anfitriões em Portugal têm o alojamento local como sua ocupação principal.
A plataforma avança ainda que 34% dos anfitriões inquiridos pela Airbnb defenderam que o dinheiro ajudou a financiar rendas ou empréstimos à habitação da própria casa, e 54% dizem que remodelaram ou realizaram melhoramentos nas suas residências com o encaixe financeiro.
Já 70% dos hóspedes em Portugal viajam com a família, e dizem gastar 130 euros por dia – destes, 44 euros em bares e restaurantes e 18 euros em compras, segundo a Airbnb.
A plataforma sublinha que “as estadias de longa duração através da plataforma em todo o mundo atingiram o seu ponto mais alto no primeiro trimestre de 2022”, tendo estas registado em 2021, em Portugal, “um crescimento de quase 90%”.
Segundo o comunicado, “17% dos hóspedes que viajaram para Portugal em 2021 declararam que a razão pela qual ficaram num alojamento reservado através da plataforma Airbnb era para “viajar e trabalhar remotamente””, com Lisboa, Porto, Lagos e Funchal nos primeiros quatro lugares de cidades mais procuradas.
“Cinco dos 10 destinos com mais reservas estão localizados no Algarve ou numa ilha (Lagos, Funchal, Albufeira, Portimão e Quarteira)”, acrescenta a empresa.
Lisboa e Porto têm metade da oferta nacional de propriedades disponíveis para reservas de longa duração.
A Airbnb tem sido fortemente criticada pelas populações e autoridades de todo o mundo por ser a grande impulsionadora do esvaziamento das cidades de habitantes permanentes.
Lisboa é uma das cidades que têm visto grande parte das casas no centro ser afetada a alojamento local, apesar de não haver dados fidedignos sobre o impacto real desta mudança nas cidades nacionais.
Em Lisboa foi entretanto determinada a proibição de novos registos de Alojamento Local (AL) em 14 das 24 freguesias da cidade, em que o rácio entre AL e habitação é superior a 2,5%, ficando assim, e por seis meses, suspensos todos os novos registos em 14 freguesias de Lisboa.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL