A judoca Telma Monteiro e o piloto Miguel Oliveira foram hoje distinguidos com o galardão de atletas portugueses do ano 2020, pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP), na cerimónia que decorreu no Estádio Nacional, em Oeiras.
Telma Monteiro, de 35 anos, medalha de bronze no Rio2016, venceu pela quinta vez o galardão, repetindo os êxitos de 2010, 2011, 2014 e 2016, após ter conquistado a medalha de prata nos Europeus de 2020, naquela que foi a sua 14.ª subida ao pódio em competições continentais.
Aos 26 anos, Miguel Oliveira recebeu pela quarta vez esta distinção, tal como em 2015, 2017 e 2018, depois de se ter tornado no primeiro português a vencer corridas no Mundial de MotoGP, com os triunfos na Áustria e em Portimão.
Miguel Oliveira impôs-se ao canoísta Fernando Pimenta, vencedor do galardão em 2016, que no ano passado chegou às 100 medalhas internacionais, ao ciclista João Almeida, que andou 15 dias na liderança da Volta a Itália e terminou a prova italiana em quarto, ao piloto Filipe Albuquerque, que conquistou o Mundial de resistência, e ao futebolista Cristiano Ronaldo, campeão italiano pela Juventus.
“Estar neste lote de atletas tão honrados no desporto nacional já é, por si só, um grande prémio. Desejo [a todos os atletas] um 2021 ainda melhor que 2020 e que a nossa bandeira suba alto no pódio. Espero ver-vos em breve, no lugar que todos nós merecemos”, disse, numa mensagem de vídeo, por já se encontrar a preparar a primeira corrida do campeonato do Mundo de MotoGP, no Qatar, com o seu galardão a ser recebido pelo presidente da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), Manuel Marinheiro.
Já Telma Monteiro bateu Auriol Dongmo, que, em 2020, se qualificou para os Jogos Olímpicos, ao bater sucessivamente os recordes nacionais do lançamento do peso, especialidade na qual conquistou o título europeu em pista coberta, já em 2021, a ginasta Filipa Martins, também apurada para Tóquio2020 e distinguida em 2015, a ciclista Maria Martins, medalhada nos Europeus de pista, e a canoísta Joana Vasconcelos, que venceu a Taça do Mundo de Szeged.
“É um prémio para todos os atletas que, nestas circunstâncias, continuam a treinar, que fazem da sala ou da garagem de casa o seu espaço de treino, o seu ginásio, o seu tapete ou área de competição. Quero partilhar o meu prémio com todas as nomeadas e com todos os atletas que não têm desistido. Na hora certa, tenho a certeza de que seremos recompensados”, disse, durante o discurso.
O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), João Paulo Rebelo, marcou presença na cerimónia, na qual realçou “a riqueza desportiva que o país hoje tem” e que permite ao desporto português estar “cada vez mais reconhecido além-fronteiras e mais diverso”, lembrando a retoma das competições de formação, a decorrer até 03 de maio, de acordo com o plano de desconfinamento apresentado em 11 de março.
“Depois destes meses de paciência, não podemos arriscar e pôr em causa o resultado de um esforço coletivo muito importante. Apelo a este sentido de responsabilidade e de fazer as coisas bem. O desporto significa cumprimento escrupuloso de regras e sei que vão estar à altura dessa responsabilidade”, sublinhou.
Os vencedores foram eleitos através de uma votação pública, depois de a lista de finalistas ter sido definida por um júri de figuras ligadas ao desporto, com base nas nomeações das federações desportivas.
Este ano foram apenas galardoados os Atletas do Ano femininos e masculinos, ‘caindo’ os galardões para melhor treinador, melhor equipa e jovem promessa, sem que seja também realizada a tradicional Gala da CDP, devido à pandemia de covid-19.
A cerimónia contou também com a entrega do prémio Ética Desportiva ao projeto Andebol 4 All e do Fair-Play Flume Award ao jovem atleta de futsal do Sporting Dinis Pereira Paulo, que, durante um jogo do escalão de benjamins contra o Benfica, confirmou ao árbitro que um jogador adversário jogou a bola no interior da área com a cabeça e não com a mão, revertendo o penálti assinalado.