O Estádio de São Luís, com quase 100 anos de história, volta no domingo a ser ‘palco de primeira’ após 18 anos e meio de ausência, esperando tornar-se amuleto para um Farense ainda sem vitórias na I Liga de futebol.
A última partida do Farense no seu velho recinto a contar para o escalão principal foi em 05 de maio de 2002, na receção ao Gil Vicente (34.ª e última jornada), com uma vitória por 3-2 (golos de Hassan, que bisou, e Carlos Costa) que já não servia a um conjunto cuja despromoção estava selada três rondas antes.
A receção ao Boavista, em jogo da sexta jornada da competição, marcará assim o retorno à I Liga do seu mais antigo recinto, depois de o Farense, 18.º e último classificado, com dois pontos, ter efetuado os três primeiros jogos caseiros da época no Estádio Algarve (empate com Famalicão e derrotas com Nacional e Rio Ave).
A SAD algarvia teve de investir mais de 500 mil euros, nos últimos meses, para renovar o sistema de iluminação, colocar um novo relvado e melhorar os acessos e casas de banho, enquadrando o estádio ao nível das exigências que o patamar superior do futebol português impõe.
O então denominado Santo Stadium, em homenagem ao mentor da obra, Manuel Santo, foi inaugurado em 1923, só ganhou um relvado com a subida da equipa algarvia à I Divisão, na década de 70 do século passado, e foi nos anos 90 que atingiu o período mais áureo.
Entre 1990 e 2002, a equipa e o estádio – que também recebeu partidas do Mundial de sub-20, em 1991 – viveram os seus momentos de glória, incluindo uma qualificação para a Taça UEFA: o São Luís até passou a ser designado por ‘inferno’ entre os adeptos dos outros clubes, devido ao ambiente intenso que as bancadas ‘à beira’ do campo criavam aos adversários, especialmente no jogos com os ‘grandes’.
Nas épocas seguintes, o emblema de Faro, em plena crise financeira, foi descendo sucessivos patamares do futebol português, até que, em 2006, os responsáveis da SAD optaram por suspender a equipa de futebol.
Um ano depois, o clube reativou o futebol sénior, que começou a utilizar o Estádio Algarve para os seus jogos oficiais nos escalões distritais, antes do retorno ao São Luís com a subida e consolidação nas competições nacionais.
Na última década, o jogo com maior assistência – estimada em mais de dez mil espetadores – foi a vitória na receção ao União de Leiria (2-1), em que o clube garantiu a subida à II Liga, em 2013.
Agora com uma lotação oficial de cerca de 6.500 espetadores, o São Luís volta a ser estádio de ‘primeira’, mas, face à pandemia, ainda despido dos seus vibrantes adeptos.