O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) abriu um processo de inquérito à atuação do Portimonense no jogo frente ao FC Porto, no Estádio do Dragão, que os da casa venceram por 7-0. Segundo o CD, há suspeitas de “apresentação de equipa inferior” por parte dos algarvios.
O organismo anunciou que a abertura do processo para “apuramento de factualidade (…) em jogo a contar para a Liga Portugal BWIN” foi feita a 18 de abril e enviada, quatro dias depois, para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
No mesmo dia, Paulo Sérgio, técnico do Portimonense, mostrou-se indignado com as críticas que lhe andavam a ser feitas: “Houve ‘artistas’ a desinformar as pessoas, [a dizer] que fiz sete alterações. Claro que fiz sete alterações, porque quatro [jogadores] estavam castigados e um [Nakajima] está emprestado pelo FC Porto, não podia ir”. O treinador garantiu o compromisso para com a defesa dos interesses desportivos do clube de Portimão. “Só tenho o Portimonense na cabeça e a camisola bem vestida na pele”, disse, citado pelo “Record”.
Na quarta-feira, dia 27 de abril, foi a vez da SAD dos algarvios reagir à instauração do inquérito por parte do CD da FPF. Afirmando-se “confrontada pela comunicação social”, a Sociedade Anónima Desportiva queixou-se de não ter sido devidamente informada, de forma oficial, pelo órgão regulador do futebol português.
A Portimonense SAD considera o processo um “ataque feroz, impiedoso e infundado”. A organização que gere o clube algarvio assegura que “cumpre escrupulosamente com as suas obrigações financeiras e tem como prioridade o engrandecimento das instalações de trabalho para a prática do futebol”.
No seguimento, pode ler-se uma comparação entre o FC Porto-Portimonense e o B-SAD-Benfica, em que os da casa apresentaram apenas nove jogadores. “Seria idiota intentar à Portimonense SAD um processo de inquérito que coloca em causa a seriedade da equipa técnica, jogadores, dirigentes e administração”, diz o comunicado.
A finalizar, o comunicado da SAD algarvia acusa o futebol português de “amadorismo” e diz esperar que as entidades que o gerem “aprendam em vez de atacarem”.
Theodoro Fonseca, acionista maioritário da SAD do Portimonense, detém também ações na Sociedade Anónima Desportiva do FC Porto. A Polícia Judiciária chegou a fazer buscas em casa do empresário, em 2021, devido a uma investigação a transferências de jogadores entre os dois clubes. No mesmo ano, em março, a FPF abriu um processo disciplinar contra Theodoro Fonseca por exercício indevido da atividade de representação e intermediação de jogadores.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL