Yan Matheus, aos 28 minutos, e Rafael Martins, aos 79, de grande penalidade, apontaram os tentos do conjunto de Moreira de Cónegos, que somou o segundo triunfo fora consecutivo, enquanto Pedro Henrique marcou para os locais, aos 90+3.
Na classificação, o conjunto de Vasco Seabra passou a contar 24 pontos, contra 22 do Santa Clara, sétimo colocado, enquanto formação liderada por Jorge Costa, que tem um jogo em atraso, manteve-se no 18.º e último, com 13.
Moreirense bate Farense na terceira vitória seguida fora
O Moreirense somou hoje a terceira vitória seguida fora sob o comando técnico de Vasco Seabra, ao bater no Algarve o último classificado Farense por 2-1, em jogo da 18.ª jornada da I Liga de futebol.
A vitória dos forasteiros, mais eficazes ao longo da partida, começou a ser construída por Yan Matheus, aos 28 minutos, e Rafael Martins assinou o segundo golo, de grande penalidade, aos 79, enquanto Pedro Henrique reduziu para os algarvios no terceiro minuto dos descontos.
A equipa de Moreira de Cónegos subiu, provisoriamente, ao sétimo lugar, com 24 pontos, enquanto o Farense saiu do segundo confronto caseiro consecutivo com apenas um ponto em seis possíveis, continuando no 18.º e último posto, com 13.
No Farense, o técnico Jorge Costa optou pelo mesmo ‘onze’ que tinha escolhido para o jogo de estreia frente ao Santa Clara (1-1), enquanto, nos ‘cónegos’, Vasco Seabra fez apenas uma alteração depois da vitória no terreno do Famalicão (2-0), trocando Filipe Soares por Lucas Silva.
Ocupando o último lugar à entrada para a segunda volta e com a “necessidade urgente” de pontos que o seu técnico tinha transmitido na antevisão da partida, os algarvios entraram em campo com essa mensagem na mente, proporcionando um quarto de hora pressionante e ofensivo.
O primeiro momento de perigo do Farense surgiu aos quatro minutos, quando Ryan Gauld conduziu um ataque rápido e serviu Licá que cruzou rasteiro, da direita, mas Mansilla chegou ligeiramente atrasado ao segundo poste e não conseguiu fazer o desvio.
O emblema de Faro continuava ‘por cima’ e, aos 14 minutos, foi o médio escocês a estar perto do golo, obrigando, com um remate muito forte, a uma defesa apertada de Pasinato para canto, na sequência do qual Stojiljkovic cabeceou ao lado.
Depois deste ascendente inicial dos locais, o Moreirense, que se apresentou num sistema tático de 3-4-3, sacudiu a pressão e começou a ameaçar a defensiva algarvia através das incursões dos extremos Yan Matheus e Lucas Silva, os seus elementos mais em foco na primeira metade.
Foi mesmo Yan Matheus a ameaçar com um remate ao lado, aos 19 minutos, antes de marcar o primeiro golo da partida, aos 28, na sequência de um roubo de bola de Walterson a Cláudio Falcão e de uma transição rápida conduzida por Lucas Silva, que serviu o seu colega para um ‘tiro’ em arco certeiro.
A partida primou pelo equilíbrio até ao intervalo, com oportunidades para os dois lados, nomeadamente por Ryan Gauld (remate por cima, aos 31 minutos) e Lucas Silva (‘tiro’ forte para defesa de Defendi, aos 37).
Os dois técnicos mexeram ao intervalo – duas substituições para cada lado -, sem mudanças nos sistemas táticos, e voltou a ser o Farense a tentar ‘pegar’ no jogo, ‘apertando’ o adversário no seu meio-campo para anular a desvantagem.
Contudo, apesar do domínio do Farense, e tirando uma ‘bomba’ de fora da área de Madi Queta (57 minutos), que passou a rasar o poste direito de Pasinato, escasseavam as oportunidades claras para o conjunto algarvio.
O 0-2 surgiu, de alguma forma, contra a corrente do jogo, castigando novamente um erro defensivo do Farense, desta vez de Tomás Tavares, que jogou a bola com a mão na grande área, com Rafael Martins a converter a respetiva grande penalidade (79).
Já nos descontos, aos 90+3 minutos, os algarvios reduziram distâncias, com golo de Pedro Henrique na recarga a uma defesa de Pasinato, mas já não foram a tempo de conseguir mais.
Declarações dos treinadores
Declarações após o jogo Farense-Moreirense (1-2), da 18.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Jorge Costa (treinador do Farense): “Foi mais um jogo atípico, com um final, na minha opinião, injusto, por aquilo que produzimos, fizemos e trabalhámos, pelas oportunidades que tivemos e pelas escassas oportunidades que o Moreirense teve.
Claro que parece sempre uma desculpa, mas desde o início da época tem faltado um fator importante – o fator sorte. Não justifica tudo, tem havido também outras decisões que não nos têm sido benéficas. Saímos sem pontos, mas, acima de tudo, com a consciência de que tudo fizemos. Não há nada a apontar aos jogadores: trabalharam, pressionaram, lutaram, mas não conseguimos o nosso objetivo, que eram os três pontos.
Sofremos o primeiro golo numa perda de bola, portanto num erro nosso e, depois, mérito do Moreirense na transição. Sofremos o segundo golo de penálti, perfeitamente discutível. Não vou discutir, mas a decisão podia ter sido outra.
Houve mérito do Moreirense na forma como defendeu, ou na forma como foi obrigado a defender. Nós obrigámos o Moreirense a defender. Mérito nosso e mérito deles como foram obrigados a defender, que fizeram com eficácia.
Acima de tudo, saio daqui como no final do jogo com o Santa Clara e que reafirmo de forma sustentada: isto vai ter de mudar. Nós não podemos acabar os jogos sempre com a sensação de que fomos superiores e não somar pontos. Hoje, parece-me, claramente, que podíamos e merecíamos ter somado pontos. Quando digo pontos, digo os três pontos”.
– Vasco Seabra (treinador do Moreirense): “Foi um jogo muito difícil. Era importante para nós a conquista destes três pontos. Foi a segunda vitória consecutiva e a terceira vitória consecutiva fora. São dados importante para a nossa equipa e, mais uma vez, conseguimos fazer dois golos.
Na primeira parte, penso que fomos superiores no controlo do jogo e do que queríamos fazer no momento em que ganhávamos a bola. Fomos estáveis defensivamente, mantendo as linhas curtas e altas para não permitirmos tanta bola no nosso meio-campo defensivo.
Na segunda parte, tivemos de vestir o ‘fato-macaco’. Não tivemos a mesma qualidade que pretendíamos, não conseguimos gerir a bola da mesma forma, mas a equipa uniu-se com ambição e um espírito de conquista muito grandes.
A solidariedade e a raça vieram ao de cima e acabámos por ser justos vencedores, mesmo estando mais baixos do que pretendíamos. Acabámos por controlar a maioria dos lances do Farense, uma boa equipa, difícil de defrontar, num estádio muito complicado de vir cá como adversário e sentir esta força que o clube tem em casa. Por isso, jogo muito complicado, um adversário muito difícil, muito feliz pela vitória e pela entrega dos nossos jogadores.
[Steven Vitória e Alex Soares baixas para o Benfica] São duas baixas importantes, mas temos um grupo coeso, com muita vontade de vencer. Hoje, ficaram de fora jogadores que têm qualidade para acrescentar. Sentimos que vamos estar na nossa máxima força.
Independentemente de quem fica fora, tenho confiança muito grande nos jogadores, porque eles trabalham todos os dias para dar dores de cabeça ao treinador. Estas são as oportunidades que os jogadores procuram. Nós dizemos que contamos com todos, por isso, este é o momento em que não estão dois, vão outros dois lá para dentro e vão estar à altura da resposta que pretendemos.
Foi mais um passo que nós conseguimos, são mais três pontos. Duas vitórias seguidas depois de um jogo [0-4 com o Sporting de Braga] em que não tivemos 20 minutos bem, mas tivemos 70 minutos relativamente competentes. Mas, a equipa reagiu de imediato, era a resposta que queríamos também.
Sabemos que não nos adianta muito estarmos a olhar para a classificação ou para o número de pontos que temos. O campeonato está muito difícil, a luta é muito grande, com equipas muito equilibradas. Vai ser uma luta muito grande até ao fim. Festejamos, sim, os três pontos, mas com muita humildade, porque cada jogo vai ser uma batalha difícil, e não podemos embandeirar em arco. O caminho é muito difícil e temos muitos passos para dar”.
Ficha técnica
Jogo no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Moreirense, 1-2
Ao intervalo: 0-1
Marcadores:
0-1, Yan Matheus, 28 minutos.
0-2, Rafael Martins, 79 (grande penalidade).
1-2, Pedro Henrique, 90+3.
Equipas:
– Farense: Rafael Defendi, Tomás Tavares, André Pinto (Hugo Seco, 87), Eduardo Mancha, Fábio Nunes, Cláudio Falcão (Madi Queta, 46), Amine, Ryan Gauld, Licá, Mansilla (Jonatan Lucca, 46) e Stojiljkovic (Pedro Henrique, 66).
(Suplentes: Hugo Marques, Hugo Seco, Madi Queta, Bura, Abner, Cássio, Jonatan Lucca, Alex Pinto e Pedro Henrique).
Treinador: Jorge Costa.
– Moreirense: Mateus Pasinato, Steven Vitória (Ferraresi, 46), Rosic, Abdoulaye, D’Alberto, Alex Soares (Ibrahima, 56), Fábio Pacheco, Abdu Conté, Yan Matheus (Derik, 88), Lucas Silva (Filipe Soares, 67) e Walterson (Rafael Martins, 46).
(Suplentes: Miguel Oliveira, Ferraresi, Ibrahima, André Luís, Filipe Soares, David Simão, Afonso Figueiredo, Derik e Rafael Martins).
Treinador: Vasco Seabra.
Árbitro: Iancu Vasilica (Vila Real).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Steven Vitória (07), Amine (36), Alex Soares (43), Ryan Gauld (61), Pedro Henrique (75), Mansilla (81) e Ibrahima (87).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.