A lesão de Mário Patrão (KTM) e o teste positivo à covid-19 de Manuel Porém afetaram o contingente português que estará presente na edição de 2021 do rali Dakar de todo-o-terreno, que arranca no sábado, na Arábia Saudita.
Se a fratura num fémur afastou definitivamente Mário Patrão da prova das motas, a covid-19 impediu Manuel Porém de navegar o irmão Ricardo, antigo campeão nacional de todo-o-terreno, num Borgward, tendo sido substituído por Jorge Monteiro, que foi o seu navegador na estreia, em 2019.
Ainda nos automóveis participam os navegadores Filipe Palmeiro (que alinha com o lituano Benediktas Vanagas, num Toyota), Paulo Fiúza (acompanha o lituano Vaidotas Zala, num Agrorodeo) e José Marques, chamado à última da hora para substituir o navegador do também lituano Gintas Petrus, num Optimus.
Nos SSV, participam Rui Miguel Carneiro/Filipe Serra (MMP) e Lourenço Rosa/Joaquim Dias (Can-Am).
“Desde que comecei a correr em todo-o-terreno, com o meu pai, Nuno Rosa, que o Dakar era um objetivo. Este ano, surgiu a oportunidade e cá estamos prontos para o tornar realidade”, frisou Lourenço.
O contingente maior surge nas duas rodas, em que o barcelense Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) procura honrar a memória do seu cunhado, Paulo Gonçalves, que faleceu vítima de queda na sétima etapa da edição de 2020.
“O último ano foi muito duro para mim e para toda a minha família. Perdemos um grande amigo, um parceiro, um colega de equipa, por isso foi mesmo duro. Entrei em depressão profunda depois disso, ainda estou a lutar para sair dela. Decidi voltar ao Dakar para honrar o Paulo e também tentar livrar-me dos traumas que tive com ele naquele deserto. Estou a tentar deixar o Paulo feliz e quero deixá-lo orgulhoso”, explicou o piloto da Hero, na conferência de imprensa de lançamento da prova, na quarta-feira.
Consigo estará Sebastian Bühler, nascido na Alemanha mas há muito radicado em Portugal.
Mas é com o manager Ruben Faria, que em 2013 foi segundo na prova das motas, que estão as maiores esperanças nacionais para uma vitória, já conquistada em 2020.
“Temos quatro pilotos com muita experiencia e não mudámos praticamente nada na equipa, que é muito forte. A covid-19 afetou os planos de todo o ano, mas acreditamos que chegamos em forma”, disse o antigo piloto algarvio.
Alexandre Azinhais (KTM) fará a sua estreia nesta prova, assim como Rui Gonçalves (Sherco). O antigo vice-campeão mundial de motocrosse da classe MX2 (2009) foi contratado há um ano pela marca espanhola para liderar o projeto nos ralis, mas a pandemia acabou por estragar os planos ao transmontano, que viu a sua preparação ainda condicionada por uma lesão no cotovelo esquerdo.
“É a minha primeira experiência pelo que não tenho qualquer pressão em termos de resultados. Logo, é inútil explorar os limites”, avisou o piloto de 35 anos.
Nos camiões, alinham José Martins (Iveco) como piloto, e Nuno Silva (Man) da Polaris Racing, como co-piloto do espanhol Alberto Herrero.
No total são 15 pilotos e navegadores e um diretor desportivo.
O Dakar 2021 arranca no sábado, em Jeddah, onde termina no dia 15.