Pedro Figueiredo e Ricardo Santos, os dois golfistas portugueses membros do European Tour em 2021, vão iniciar a temporada esta quinta-feira no Qatar Masters, que terá lugar em Doha, e mostram-se com “muita vontade de regressar à competição”.
Tanto o algarvio, de 38 anos, como o lisboeta, de 29 anos, disputaram o último torneio, o South African Open, no início de dezembro de 2020 e só esta semana, decorridos cerca de três meses, conseguiram garantir vaga no ‘field’ de uma prova do Circuito Europeu, no Qatar Masters, prevista para o Education City Golf Course, entre 11 e 14 de março.
“Estou com muita vontade de regressar à competição e de entrar da melhor forma na nova temporada”, afirmou Santos, em declarações à agência Lusa, confessando desconhecer ainda o seu nível de jogo, por “não competir há meses e só ter jogado duas vezes num campo de golfe.”
Tal como o profissional natural de Faro, Figueiredo enfatiza “o regresso depois de quase três meses” afastado dos ‘greens”, devido à redução no número de torneios e das medidas restritivas aplicadas em Portugal e um pouco por todo o mundo, devido à pandemia provocada pela covid-19.
“Não diria ansioso, mas estou cheio de vontade de voltar a competir. Acho que nunca tinha estado parado tanto tempo. Ainda consegui felizmente treinar na Quinta do Perú, mas obviamente não é a mesma coisa. Portanto, estou com muita vontade de voltar à competição”, justificou à Lusa.
Apesar da longa paragem, o jogador do Lisboa Golf Coast revela estar a sentir-se bem com o seu jogo, embora defenda ser “diferente a sensação em treino e em jogo.”
“Estou curioso para ver como me vou sentir amanhã [quinta-feira] na primeira volta do Qatar Masters, mas estou confiante que o jogo esteja bem em competição. Não vejo razão para que assim não seja. Acabei 2020 a jogar bom golfe e espero começar 2021 da melhor forma também”, frisou Figueiredo, recordando os três ‘cuts’ ultrapassados no final da época passada, na África do Sul, com um ‘top 20’ inclusive no Alfred Dunhill Championship.
Ricardo Santos, pelo contrário, não fechou da melhor maneira a última temporada, tendo falhado a qualificação para os últimos 36 buracos nos três torneios sul-africanos, mas agarra-se às boas sensações adquiridas há um ano em Doha.
“Joguei aqui, pela primeira vez, há um ano e estava numa fase menos boa, mas foi neste campo que comecei a sentir o meu jogo. Depois, infelizmente, cancelaram todos os torneios até ao verão, devido à pandemia, mas gosto do campo, o que é bom sinal para ter uma boa semana”, comentou o algarvio, assegurando não ter hesitado em voltar ao European Tour, apesar dos riscos inerentes ao novo coronavírus e às restrições no circuito.
Em Doha desde domingo e, após um dia retidos no quarto de hotel a aguardar o resultado do teste à covid-19, os golfistas nacionais tiveram oportunidade de fazer as voltas de treino no campo reservado ao torneio dotado de pouco mais de 1,2 milhões de euros em prémios monetários e dois mil pontos na Corrida para o Dubai.
“O campo está em excelentes condições. É desafiante e o meu estilo de jogo pode adaptar-se bem”, avançou Ricardo Santos, acrescentando estar a ser “ótimo rever todos os jogadores do circuito, ‘staff’, ver que estão todos bem, e sentir de novo o ambiente.”
Assim como Santos, Figueiredo tem boas perspetivas para o seu primeiro torneio do ano, uma vez que “já conhecia o campo e o treino correu bem.”
“Sinto que é um campo que se adapta bem ao meu jogo. Não é muito comprido, tem alguns buracos estreitos, há que manter a bola em jogo, mas é um campo em que a bola rola bem no ‘fairway’. Como gosto de manter a bola relativamente baixa e, com ‘fairways’ duros, ela acaba por andar muito. Em 2020, joguei bastante bem do ‘tee’ ao ‘green’, mas no ‘green’ estive bastante mal. Passei o ‘cut’ e fiquei com a sensação que, se tivesse patado bem, tinha feito um bom resultado. Por isso, estou com boas perspetivas para esta semana”, concluiu Pedro Figueiredo.