A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciou esta terça-feira um acordo pelo qual “os prémios recebidos em percentagem” são iguais para as seleções femininas e masculinas.
A capitã da seleção espanhola de futebol, Irene Paredes, considerou que este é “um dia histórico” para o futebol feminino e agradeceu à RFEF “a sua predisposição e o seu esforço para chegar a um acordo tão importante”.
“O processo de negociação foi longo e complicado, mas chegar a um acordo dessa magnitude reforça a ideia e o compromisso da RFEF com o setor feminino e principalmente com as jogadoras”, declarou.
“O que fechamos é um acordo que vai durar cinco anos, que tem os próximos dois Europeus e os próximos dois Mundiais pela frente. Também os Jogos Olímpicos, se nos classificarmos”, explicou o presidente da RFEF, Luís Rubiales, que caracterizou o acordo como estando “na vanguarda do futebol europeu”.
O dirigente disse que o acordo agora alcançado é muito semelhante ao da seleção masculina, mas com um fator de correção que considera “mais do que justo”.
“Devemos promover o desporto feminino e queremos que estas distâncias se encurtem pouco a pouco, que cada vez mais dinheiro e mais prémios cheguem ao futebol feminino”, referiu.
Além disso, refere a RFEF, “os direitos de imagem que os jogadores de futebol receberão estão regularizados e melhorados e são acordadas melhorias substanciais nas condições de trabalho da seleção espanhola de futebol”. As jogadoras terão também direito a uma percentagem, não especificada, nos patrocínios que cheguem à federação.
Nas negociações, que duravam já desde 2021, as jogadoras contaram com o apoio de uma advogada especialista em direito do desporto, Reyes Bellver, e com Amanda Gutiérrez, da FutPro, o primeiro sindicato dedicado ao futebol feminino em Espanha.
O acordo em Espanha segue o exemplo dos Estados Unidos, cuja federação anunciou em maio pagamentos iguais para jogadores e jogadoras, terminando um litígio que durava há seis anos. As jogadoras tiveram ainda uma compensação de cerca de 23 milhões de euros pelos anos em que foram discriminadas em relação aos colegas da seleção masculina.
Noruega, Dinamarca, Finlândia, Países Baixos, Inglaterra, Irlanda, Serra Leoa, Austrália, Nova Zelândia e Brasil são outros dos países que já pagam prémios iguais a homens e mulheres nas respetivas seleções.
- Texto: Tribuna do Expresso, jornal parceiro do POSTAL, com Lusa