O FC Porto suspendeu esta quinta-feira o contrato de associação com a equipa de ciclismo W52, cuja licença foi retirada pela União Ciclista Internacional (UCI), informaram os dragões em comunicado.
“O Futebol Clube do Porto vem informar que suspendeu o Contrato de Naming e Licenciamento de Marca celebrado com a referida Associação [Calvário Várzea Clube de Ciclismo]. Aguardaremos o desfecho dos processos em curso por forma a proceder à reavaliação da presente decisão”, pode ler-se no sítio oficial dos azuis e brancos na Internet.
A suspensão da associação com a equipa W52, a quem o FC Porto dava o naming, acontece um dia depois de a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) ter confirmado que a UCI retirou a licença desportiva àquela formação.
“A Federação Portuguesa de Ciclismo confirma que foi hoje [quarta-feira] notificada pela União Ciclista Internacional (UCI) de que esta entidade decidiu retirar a licença desportiva à equipa continental W52-FC Porto, na sequência da informação recebida pela UCI sobre o processo que decorre na Autoridade Antidopagem de Portugal”, informava a FPC.
A federação salientava ainda na nota que a decisão entrava “imediatamente em vigor, pelo que a equipa está impedida de voltar a competir”, o que inviabiliza, desde logo, a participação dos dragões na 83.ª Volta a Portugal, que decorre entre 4 e 15 de agosto.
A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da prova rainha do calendário nacional, embora os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, lhe tenham sido retirados por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”.
Em 15 de julho, oito ciclistas e dois elementos do staff da W52-FC Porto foram suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) no âmbito da operação “Prova Limpa”. No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação “Prova Limpa”, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP”, detalhou a PJ, em 24 de abril, indicando que durante a mesma “foram apreendidas diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo”.